Haddad sobre manifesto contra cortes de gastos: “É natural que haja debate“

O ministro da Herdade, Fernando Haddad, afirmou nesta segunda-feira (11) que as divergências sobre o pacote de cortes de gastos que está sendo elaborado pela equipe econômica “são naturais” e “fazem secção do processo democrático”.

Ao ser questionado sobre a posição do PT em assinar um manifesto, divulgado no domingo (10), contra as medidas fiscais que devem ser divulgadas em breve, Haddad destacou que a proposta ainda nem foi apresentada, mas que o governo está “muito seguro” das ações que está tomando.

“É procedente que haja o debate. Nós estamos muito seguros do que estamos fazendo. Controlar a inflação é secção do nosso trabalho. Manter a atividade econômica é secção do nosso trabalho. É um estabilidade. É um estabilidade entre variáveis importantes para todos os brasileiros. Manter a sustentabilidade da economia brasileira”, disse ao deixar o Ministério da Herdade.

Ao tomar conhecimento da proposta da equipe econômica sobre cortes de gastos, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) passou a incluir os ministros da Ensino, Saúde, Trabalho, Previdência e Desenvolvimento Social, nas discussões elaboradas pela equipe econômica do governo.

Estas são as pastas que serão mais afetadas pelas medidas.

Nos encontros, os líderes das pastas ouviram a proposta e, segundo Haddad, compreenderam a urgência de ajustes fiscais das contas para serem compreendidos dentro do busto.

No entanto, a reação dos ministros mais ligados às áreas sociais foi distinta. Fontes próximas aos chefes das pastas afirmaram à CNN que Luiz Marítimo, do Trabalho, e Camilo Santana, da Ensino, foram contra secção das medidas e Marítimo chegou a debater com Haddad em um dos encontros.

Wellington Dias, do Desenvolvimento Social, e Carlos Lupi, da Previdência, chegaram a se manifestar publicamente contra cortes em benefícios sociais.

Antes mesmo das medidas começarem a ser debatidas, Luiz Marítimo já havia dito que pediria para trespassar do governo caso se sentisse “agredido”.

Mesmo assim, Haddad ainda afirmou que uma reunião ocorrida neste domingo (10), com esses ministros e representantes da Herdade, selou todas as divergências com esses ministérios.

Ao ser questionado sobre uma desidratação nas propostas depois os debates, afirmou que não considera isso. Para ele, os debates que ocorreram nas últimas semanas serviram para “elevar” a proposta.

“Para ser muito honesto, foi muito muito. Teve ajustes, teve aperfeiçoamentos incorporados, sim, mas eu não chamaria de desidratação. Pelo contrário, eu penso que torna as medidas mais compreensíveis, mais palatáveis. Nós entendemos que o processo foi muito profícuo”, completou o ministro da Herdade.

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