Socorristas enfrentam dificuldade para acessar áreas afetadas pelas inundações no Afeganistão

Atif Aryan

Um menino em uma vila da província de Baglan, no setentrião do Afeganistão, atingida por inundações repentinas, em 11 de maio de 2024

Atif Aryan

As equipes de resgate estão tentando chegar, neste domingo (12), aos povoados do nordeste do Afeganistão devastados por inundações repentinas que mataram mais de 300 pessoas em um único dia.

O governo talibã afirmou que duas dúzias de voos permitiram segregar centenas de feridos, enviar médicos e mais de 7.000 quilos de ajuda à província de Baglan, a mais afetada.

Apesar da mobilização universal e do estado de emergência proferido em todo o nordeste do país, as inundações e a geografia acidentada complicam a chegada de ajuda.

“Tivemos que usar todas as alternativas possíveis para levar vitualhas aos sobreviventes que perderam tudo”, indicou o Programa Mundial de Mantimentos (PMA) na rede social X, com uma foto de burros carregando sacos de farinha.

Equipes da AFP viram caminhões de ajuda e civis presos em estradas destruídas e pontes derrubadas pela força das águas.

Aliás, veículos militares e escavadeiras estão tentando limpar as grossas camadas de limo da espaço onde, de congraçamento com a ONG Save the Children, vivem murado de 600.000 pessoas, metade delas crianças.

A chuva submergiu repentinamente casas e terras agrícolas na sexta-feira (10), matando pelo menos 315 pessoas e deixando 1.600 feridos, segundo o Ministério para os Refugiados. O PMA forneceu um número de mortos semelhante no sábado (11).

Mais de 2.600 casas foram afetadas ou destruídas e 1.000 cabeças de manada foram arrastadas pela chuva no país, um dos mais pobres do mundo, onde 80% dos mais de 40 milhões de habitantes dependem da lavradio.

Segundo o relator peculiar da ONU para os Direitos Humanos no Afeganistão, Richard Bennet, essas inundações são “um evidente sinal da vulnerabilidade do Afeganistão à mudança climática”.

Desde o início do ano, segundo a Save the Children, “quase 13.000 pessoas foram afetadas por desastres causados por fenômenos meteorológicos extremos” no Afeganistão, um dos países mais vulneráveis à mudança climática, mas também um dos menos preparados para mourejar com suas consequências.

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