
Lula reconhece participação 'acanhada' no 1º turno das eleições e defende Boulos em SP
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) reconheceu nesta sexta-feira, 11, que teve uma participação mais “acanhada” no primeiro vez das eleições municipais de 2024.
Durante entrevista à rádio O Povo/CBN em Fortaleza, o petista justificou sua posição porquê uma forma de não se indispor com sua base no Congresso Vernáculo.
“Essa foi uma eleição que eu tive uma participação mais acanhada, e eu tive porque sou o presidente da República. Eu tenho uma base no Congresso Vernáculo muito ampla, vários partidos na minha base vernáculo que estão disputando as eleições. Portanto eu falei, eu não vou, sabe, comprar uma pugna numa cidade e depois quando chegar no Congresso Vernáculo eu tenho o pessoal porquê adversários”, afirmou Lula.
A decisão do presidente de não participar ativamente das campanhas criou um mal-estar generalizado entre candidatos, presidentes de partidos aliados — e até entre os petistas, porquê mostrou a EXAME.
Um dos episódios mais críticos foi o cancelamento de sua participação em eventos da campanha do deputado federalista Guilherme Boulos (PSOL), em São Paulo, e também em São Bernardo do Campo e em Diadema, para viajar ao México no final de setembro para a posse da presidente eleita Claudia Sheinbaum.
Lula argumentou, porém, que o partido e todos os aliados sabiam de sua posição e que atuou mais fortemente na capital paulista, onde esteve duas vezes. “Porque lá é uma pugna estabelecida entre o tal de lulismo e do bolsonarismo”, disse ele.
O presidente foi questionado sobre a situação de Boulos, que disputa o segundo vez contra o atual prefeito Ricardo Nunes (MDB). Segundo as três primeiras pesquisas eleitorais, o psolista está nas tira dos 30% das intenções de voto, detrás de Nunes que tem entre 40% a 52%.
Lula disse, porém, que lê em São Paulo que o deputado do PSOL “pode lucrar as eleições.
“O Boulos é uma figura muito preparada. Tivemos um problema no primeiro vez que é muito difícil voce convencer o petista que estava habituado a votar em 13, desde 1980, a votar 50, outro número. Tem 50 milénio pessoas que votaram no 13 (no primeiro vez em SP). Eu inclusive gravei para o Boulos, dizendo que quem está habituado a votar no 13, tem que votar agora no 50 na cidade de São Paulo”, afirmou.
O presidente acrescentou que o “voto não tem possuidor”diante dos mais de 3,5 milhões que dividiram seus votos na capital paulista entre Nunes e a candidatura de Pablo Marçal (PRTB), ambos no campo da direita.
Ainda assim, Lula destacou que o voto “precisa ser captado e conquistado. O Boulos tem duas semanas, vários [programas de televisão e debate para convencer as pessoas. E eu se puder ajudar , vou ajudá-lo a lucrar essa eleição, porque acho que ele pode fazer muita coisa por São Paulo”, disse o petista, incluindo que fará o mesmo pelo candidato de seu partido, o deputado estadual Evandro Leitão, que concorre à prefeitura de Fortaleza contra o candidato do PL, o deputado federalista André Fernandes.
“Mesmo que eu não o conhecesse, o roupa de companheiros meus porquê Elmano (governador do Ceará), meu ministro da Ensino, Camilo Santana, Guimarães (deputado federalista), meu líder do governo na Câmara, estão apoiando, é porque ele merece e tem chance de ser um bom prefeito”.