
Moraes retira sigilo de investigação e cita ‘organização criminosa’ dentro da Abin
Alexandre de Moraes
Posteriormente a deflagração da quarta tempo da Operação Última Milha
pela Polícia Federalista (PF) nesta quinta-feira (11), o ministro do Supremo Tribunal Federalista (STF) Alexandre de Moraes decidiu retirar o sigilo de documentos relacionados à operação, incluindo a autorização para as ações policiais e o parecer da Procuradoria Universal da República (PGR). Segundo o ministro, havia uma “organização criminosa” dentro da sucursal de lucidez.
“Os elementos condensados na representação policial revelaram que a estrutura infiltrada na Abin representava exclusivamente uma célula de uma organização criminosa mais ampla, voltada ao ataque de opositores, de instituições e de sistemas republicanos, com atuação que não se restringia às investigações relacionadas à referida Dependência Brasileira de Perceptibilidade”, afirma.
A decisão foi tomada no contexto do processo que investiga o uso do sistema de lucidez First Mile, da Dependência Brasileira de Perceptibilidade (Abin), por delegados, agentes e servidores públicos. No despacho, Moraes afirmou:
“Embora a urgência de cumprimento das numerosas diligências determinadas exigisse, a princípio, a imposição de sigilo à totalidade dos autos, é notório que, diante da realização das diligências pela Polícia Federalista, não há urgência de manutenção da totalidade restrição de publicidade”, diz o despacho assinado por Moraes.
De convénio com a PF, entre os monitorados, estariam o atual presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), Rodrigo Maia (logo presidente da Câmara dos Deputados), os deputados federais Kim Kataguiri e Joice Hasselmann, e os senadores Alessandro Vieira, Omar Aziz, Renan Calheiros e Randolfe Rodrigues. As jornalistas Mônica Bergamo e Vera Magalhães também aparecem na lista.
Nesta tempo, os agentes cumpriram cinco mandados de prisão preventiva e sete de procura e consumição nas cidades de Brasília (DF), Curitiba (PR), Juiz de Fora (MG), Salvador (BA) e São Paulo (SP). Os mandados foram expedidos pelo STF.
Alvos de procura e consumição:
- Mateus de Roble Sposito
- José Matheus Sales Gomes
- Daniel Ribeiro Lemos
- Richards Dyer Pozzer
- Rogério Beraldo de Almeida
- Marcelo Araújo Bormevet
- Giancarlo Gomes Rodrigues
Prisões preventivas e afastamentos dos cargos públicos:
- Mateus de Roble Sposito
- Richards Dyer Pozzer
- Rogério Beraldo de Almeida
- Marcelo Araújo Bormevet
- Giancarlo Gomes Rodrigues
Os investigados são acusados de gerar perfis falsos nas redes sociais e publicar informações falsas sobre jornalistas e integrantes dos Três Poderes. A chamada “Abin paralela” também teria acessado ilegalmente computadores, telefones e infraestrutura de telecomunicações para monitorar pessoas e agentes públicos.
De convénio com a PF, os investigados podem responder pelos crimes de:
- Organização criminosa
- Tentativa de anulação do Estado Democrático de Recta
- Interceptação clandestina de informação
- Invasão de dispositivo informático alheio