Em julho o mercado fica mais pessimista com o PIB

Fernanda Capelli

Em 2024, o PIB brasílio deve crescer 2,1% segundo projeções do mercado

O Relatório Focus
, o seguimento semanal que o Banco Medial
do Brasil faz com diversas instituições e cujas projeções são, em universal, apresentadas porquê as “expectativas do mercado”, mostrou na sua última leitura uma taxa de desenvolvimento projetada para o PIB
(frente ao ano anterior) de 2,1%. Por um lado, não configura um número assim de encher os olhos, oferecido o estágio de desenvolvimento do país. Por outro, também é verdade que desde que registramos um desenvolvimento de 0,5% em 2014, não tivemos mais um período com quatro anos consecutivos de desenvolvimento do PIB, uma vez que a economia brasileira (assim porquê a mundial) foi assolada pela maior pandemia em um século.

Estimulado pela discussão com alguns colegas sobre os erros nas projeções do Focus, decidi olhar os dados e verificar porquê tem sido a performance do relatório em dois momentos desde (a modelo começa no ano 2000): em dezembro do ano anterior e em julho do ano fluente. O gráfico aquém apresenta a dissipação entre a taxa de desenvolvimento anual observada e aquela que fora projetada em dezembro (ambas em pontos percentuais). Nele, eu introduzi uma risca vermelha que representa o que aconteceria se as projeções coincidissem com o observado. Portanto, para um oferecido valor de projeção (no eixo nivelado), valores supra da risca representam um desenvolvimento que surpreendeu positivamente, ao passo que os valores aquém dela indicam uma surpresa negativa.

Gráfico 1
Reprodução

Gráfico 1

Podemos inferir (e uma estudo da distribuição dos erros corrobora com essa hipótese) que ora o mercado superestima o desenvolvimento, ora subestima. Zero surpreendente até o momento. Fiz um treino análogo para julho do ano fluente (ou seja, o mesmo ano para o qual as projeções foram realizadas). O resultado (reproduzido no gráfico a seguir) mostra um pouco semelhante, mas (porquê era de se esperar) com uma amplitude menor dos erros (diferença entre o projetado e o observado).

Gráfico 2
Reprodução

Gráfico 2

De posse dos dados observados e das projeções nos dois momentos, analisei a distribuição acumulada dos erros das projeções do. Esse resultado sim parece interessante. Quando consideramos as projeções feitas em dezembro do ano anterior, temos um pouco porquê 50% delas no campo negativo. Mas e as projeções feitas em julho? Por mais que em termos absolutos o erro seja menor, 75% (!) delas se encontra no campo negativo. Ou seja, em três a cada quatro vezes, o “mercado” é surpreendido com um desenvolvimento econômico maior do que o projetado no meio do ano.

Gráfico 3
Reprodução

Gráfico 3

Vale ressaltar que a modelo de projeções anuais ainda é pequena e todo zelo deve ser tomado ao analisarmos (e extrapolarmos) esses resultados. Aliás, existem outras variáveis macroeconômicas que devem ser consideradas. Por exemplo, será que temos um resultado parecido ao considerarmos a taxa de inflação anual? Bom, esse será o tema da minha próxima pilar, espero vocês na semana que vem para dar a resposta!

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