EUA reprova forma como Israel usa suas armas mas não suspende envio
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Os Estados Unidos reprovam a forma uma vez que Israel usa as armas americanas na Filete de Gaza, mas não encontraram provas suficientes para interromper o seu fornecimento, destaca um relatório divulgado nesta sexta-feira (10) pelo Departamento de Estado.
Segundo o texto, “é razoável prezar” que Israel usou armas de forma incompatível com o recta humanitário internacional. Ele ressalta, no entanto, que os Estados Unidos não puderam chegar “a conclusões definitivas”.
O relatório foi elaborado a pedido do presidente americano, Joe Biden, pressionado por congressistas democratas que consideram que os Estados Unidos correm o risco de se tornarem “cúmplices” do uso que se faz das armas americanas. Em fevereiro, Biden ordenou ao Departamento de Estado que examinasse uma vez que os países que recebem ajuda militar dos Estados Unidos usam essas armas, para verificar se eles cumprem as leis americanas.
A divulgação do relatório atrasou vários dias, devido a um debate interno no Departamento de Estado, e aconteceu depois que Biden ameaçou suspender o envio de alguns projéteis e bombas a Israel se o país realizasse uma operação de envergadura em Rafah, no sul da Filete de Gaza.
A Moradia Branca reiterou hoje sua preocupação com a operação militar israelense em curso em Rafah, onde muro de 1,4 milhão de palestinos se refugiaram.
“A natureza do conflito na Filete de Gaza torna difícil prezar ou chegar a conclusões definitivas sobre incidentes concretos”, diz o texto guiado ao Congresso. “No entanto, dada a obediência importante de Israel de artigos de resguardo fabricados nos Estados Unidos, é razoável considerar que as forças de segurança israelenses usaram desde 7 de outubro artigos de resguardo em casos incompatíveis com suas obrigações em material de recta humanitário internacional”, aponta o relatório.
Embora as Forças de Resguardo de Israel tenham “o conhecimento, a experiência e as ferramentas” para minimizar os danos, “os resultados em terreno, incluindo os níveis elevados de vítimas civis, geram dúvidas substanciais”.
Apesar da preocupação, o relatório conclui que os países que recebem ajuda militar americana deram “garantias suficientemente confiáveis para permitir que o fornecimento continue”. Os outros destinatários da ajuda militar americana incluídos no relatório são Colômbia, Iraque, Quênia, Nigéria, Somália e Ucrânia.
Um funcionário do cima escalão americano, que preferiu não ser identificado, ressaltou que isso não exclui avaliações futuras e que o Departamento de Estado vai continuar monitorando o uso das armas americanas nos campos de guerra.
A segunda segmento do texto se refere à ajuda humanitária à Filete de Gaza. Também nesse caso, o relatório aponta que, embora os Estados Unidos acreditem que Israel, por meio de “suas ações ou falta de ação”, tenha contribuído para o sinistro humanitário atual, não concluem que as autoridades israelenses tenham proibido ou restringido deliberadamente a entrega e o transporte da ajuda.
O presidente do grupo de especialistas de esquerda Núcleo para o Progresso Americano, Patrick Gaspard, considerou o relatório decepcionante. “É difícil confiar que o governo observa o que acontece na Filete de Gaza e não conclui que Israel violou as condições de uso das armas americanas”, lamentou.