Execução em Guarulhos: fuzil encontrado é de uso restrito e pode causar “laceração de tecidos“

A Polícia Social de São Paulo investiga se o fuzil AK-47, uma das armas encontradas neste sábado (9) nas proximidades do Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos (SP), foi utilizado no atentado que resultou na morte do empresário Antônio Vinícius Gritzbach, que é ligado ao Primeiro Comando da Capital (PCC).

O fuzil de calibre 7,62 mm pode provocar “lacerações de tecidos”, além de ter uma capacidade de perfuração muito grande, podendo gerar “morte instantânea”, devido às ondas de choque do projétil, segundo profissional ouvido pela CNN.

As ondas de choque são círculos de vigor que circundam o projétil enquanto ele está em deslocamento. Estas, podem, inclusive, levar à morte mesmo o disparo sendo em áreas não letais do corpo.

Imagem mostra exemplo de projétil calibre 7,62mm • Reprodução

Além do AK-47, que tem origem russa, pistolas 9 milímetros também foram encontradas pela Polícia Militar na tarde deste sábado (9), nas proximidades do Aeroporto de Guarulhos, sítio onde ocorreu a ação. Outro fuzil 556 também foi apreendido.

Desenvolvido nos anos 50 pelos países da Organização do Tratado do Atlântico Setentrião (OTAN), no Brasil. o calibre 7.62mm é de uso restrito das Forças Armadas, devido a sua subida capacidade de perfuração e eficiência, sendo “o mais adequado para se utilizar em operações militares em envolvente de selva” conforme mostra um estudo do Tropa Brasílio.

Ainda segundo o estudo, o projétil pode atingir uma velocidade de 1.828 km/h (507, 79 m/s) em uma intervalo base de 548 metros. 

A realização

Conforme as informações preliminares do caso, Gritzbach havia feito de chegar de viagem com a namorada no aeroporto e seria recebido pelo rebento e um grupo de quatro seguranças, formado por PMs que faziam a proteção do empresário.

No caminho para o aeroporto, porém, um dos carros usados por eles teria supostamente apresentado irregularidade mecânica. Três dos seguranças, portanto, teriam ficado com o veículo. Assim, somente um estava no aeroporto na hora do atentado.

Uma das linhas de investigação, que ainda está em tempo prévio, procura entender se os agentes não teriam deixado o policial exposto no aeroporto propositadamente. Os celulares dos quatro integrantes da escolta e da namorada de Gritzbach foram apreendidos pelo DHPP, de concórdia com informações da Secretaria da Segurança Pública.

Os policiais militares que pertenciam à equipe de segurança da vítima já prestaram testemunho para a Polícia Social e também na Corregedoria da PM.

Eles foram afastados de suas atividades operacionais durante as investigações e ficarão em expediente administrativo a pedido da Corregedoria. A namorada da vítima também foi ouvida pelos investigadores. As corregedorias das Polícias Social e Militar apuram a atuação dos agentes.

 *Sob supervisão de Bruno Laforé

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