Prefeito eleito no Ceará diz que vai renunciar e deixar cargo para a mãe

Prefeito eleito de Orós (CE), Simão Pedro (PSD) decidiu que não vai executar seu procuração e irá renunciar ao incumbência em seguida ser empossado. Em seu lugar, ficará sua mãe, Tereza Cristina (PSB).

Tanto Simão, de 43 anos, quanto Tereza, de 73, já foram prefeitos de Orós. O eleito esteve primeiro da cidade por dois mandatos, de 2013 a 2020. Ela, por sua vez, foi prefeita de 1993 a 1996.

A saída do incumbência já estava prevista, mas para 2026. A antecipação foi motivada pelas consequências da eleição para a Prefeitura de Fortaleza, que lhe dará uma vaga uma vez que deputado estadual na Reunião Legislativa do Estado do Ceará (Alece).

Reflexos de Fortaleza

Colega de partido de Simão, a deputada estadual Gabriella Aguiar foi eleita vice-prefeita da capital cearense, em placa encabeçada por Evandro Leitão (PT).

Desde o início de outubro, Gabriella está afastada do posto de deputada, em licença-maternidade de 120 dias. Em seu lugar, uma vez que suplente, quem ocupa o posto na Alece é Simão.

Emendando a licença com a posse, em 1º de janeiro de 2025, Gabriella não volta mais à reunião cearense — deixando, assim, Simão com caminho livre para assumir o posto até 2026.

Em 2022, Simão tentou se escolher deputado estadual, mas, obtendo 35.414 votos, ficou na primeira suplência do PSD.

Porquê suplente, o prefeito eleito de Orós vem ocupando, desde 2023, o posto de deputado estadual, substituindo colegas de partido que tiram licenças de seus mandatos.

“Planejada para o horizonte”

Segundo Simão, o objetivo inicial era que ele se elegesse prefeito em 2024 e, daqui a dois anos, concorresse a deputado estadual. Uma vez elegendo-se, deixaria a prefeitura para a mãe.

“Essa placa [com minha mãe] foi planejada para o horizonte”, disse o prefeito eleito à CNN. “Mas surgiu a questão da placa em Fortaleza”, pontuou. “Isso abriu um leque de possibilidade de antecipação de um procuração para mim”, acrescenta.

Questionado sobre por que a escolha por sua mãe e não um coligado sem vínculos sanguíneos, Simão disse que seriam “dois gestores que contribuíram muito para o município”.

Família no poder

A família de Simão é tradicional na política de Orós, cidade situada no centro-sul cearense e a mais de 340 quilômetros da capital.

Além de Tereza e Simão terem sido prefeitos do munícipios, o pai do prefeito eleito, Luiz Moreira — já falecido — comandou a cidade por duas vezes, entre 1971 e 1973 e entre 1983 e 1988.

“Ela (Tereza) é meu espelho. Ela e meu pai foram dois grandes gestores do município”, disse.

“Melhor ensejo”

Simão foi o primeiro político com base eleitoral em Orós a ocupar uma cadeira na reunião do Ceará.

“A gente, do nosso grupo político, analisou que a melhor ensejo para o nosso município seria ter um deputado estadual pela primeira vez efetivo”, disse.

Para Simão, “todo prefeito precisa de deputados” – “isso tanto a nível estadual ou federalista” – para conseguir conversar com autoridades do governo, trazer recursos de emendas para sua cidade.

“Ter um deputado estadual fruto da terreno é muito mais vantajoso”, comentou. “E eu não estou renunciando para deixar qualquer uma (na prefeitura), mas para deixar um dos melhores quadros do município – que é minha mãe, também”, acrescenta.

Simão também minimiza a situação de sua placa, dizendo que, hoje, existem “muitos casos de deputados em que o prefeito é seu fruto, e vice-versa”. “Combinando com o povo, dá tudo perceptível. O importante é ter trabalho”, finaliza.

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