Líder de seita que incitou jejum no Quênia é julgado por terrorismo

[FOTO ARQUIVO] Paul Nthenge Mackenzie, que se autodenomina pastor, em um tribunal de Malindi, em Quênia, em 6 de fevereiro de 2024

O líder de uma seita evangélica no Quênia começou a ser julgado nesta segunda-feira (8) por acusações de terrorismo, posteriormente a morte de mais de 400 dos seus seguidores, a quem prometeu que conheceriam “Jesus”.

Paul Nthenge Mackenzie, um ex-taxista que se autodenominava pastor, compareceu a um tribunal de Mombaça, nas margens do Oceano Índico, juntamente com outros 94 acusados, indicou um jornalista da AFP.

Ele foi recluso em abril de 2023, depois que 429 corpos foram encontrados na floresta de Shakahola, perto da costa queniana do Oceano Índico, onde Mackenzie pregava.

As autópsias revelaram que a maioria das vítimas morreu de míngua, enquanto outras, incluindo crianças, teriam sido estranguladas, espancadas ou sufocadas.

Ele é criminado de ter incitado seus seguidores a jejuar até a morte para “saber Jesus”.

Ele e os demais réus se declararam inocentes das acusações de terrorismo durante uma audiência em janeiro. Eles também são acusados de assassínio, tortura, crueldade e sequestro em vários casos distintos.

As descobertas macabras levaram o governo queniano a mandar a urgência de estabelecer maiores controles sobre as denominações religiosas, em um país com uma história de pastores autoproclamados, que luta para regulamentar igrejas e cultos envolvidos na criminalidade.

Um relatório de uma percentagem do Senado apontou “falhas” da polícia e do sistema judicial, que não impediram a atividade do pastor, apesar de ter sido recluso várias vezes por extremismo.

A Percentagem Vernáculo de Direitos Humanos do Quênia também afirmou em um relatório em março que a polícia ignorou vários avisos sobre a seita, incluindo de um velho seguidor que pediu ajuda no Facebook em novembro de 2022.

Em março, as autoridades começaram a repor os corpos das vítimas aos seus familiares, posteriormente quase um ano de trabalho para identificá-los com base no DNA.

O governo anunciou que a floresta Shakahola se tornará um “lugar de memória”, “para que os quenianos e o mundo não esqueçam o que aconteceu”.

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