Esquerda celebra em Paris sua inesperada vitória eleitoral

DIMITAR DILKOFF

Pessoas celebram na Place de la République a vitória da coalizão de esquerda Novidade Frente Popular (NFP) nas eleições legislativas antecipadas na França, em Paris, em 7 de julho de 2024

Dimitar DILKOFF

Milhares de pessoas celebraram neste domingo (7) na Rossio da República, em Paris, a inesperada vitória da Novidade Frente Popular (NFP) nas eleições legislativas, apesar do propagação da extrema direita.

Às 20h locais, gritos de alegria e surpresa ecoam entre os presentes nesta emblemática terreiro parisiense, que haviam se reunido para reivindicar contra a esperada vitória da extrema direita.

“Os varremos. É incrível”, comemora um jovem, cuja voz aos poucos se perde nos crescentes aplausos. “Nos dá esperança”, diz Jihane, de 17 anos, com um grande sorriso e ainda sem idade para votar.

Em seguida, a povo começa a trovar em uníssono em italiano e a desancar palmas: “Siamo tutti antifascisti” (Somos todos antifascistas).

“Pensávamos que estaríamos chateados, mas no final estamos muito felizes, portanto gritamos nossa alegria. Abraçamos desconhecidos”, conta feliz Fabio de la Fontaine, de 21 anos.

Para surpresa de todos, a coalizão de esquerdas NFP lidera as legislativas sem maioria absoluta, de entendimento com as projeções, adiante da confederação de centro-direita do presidente Emmanuel Macron e da extrema direita.

Segundo a polícia, 8.000 pessoas se reuniram nesta terreiro. Apesar do clima festivo, as forças de segurança receberam projéteis durante a noite, relatou uma manadeira policial à AFP.

Um imenso tecido nas cores azul, branco e vermelho da bandeira da França foi levantado na estátua de Marianne, um dos símbolos da França, com as palavras: “França é um tecido de migrações”.

– “Um dia histórico” –

Doria Ducly Benglia, de 29 anos, admite que começou a chorar posteriormente o proclamação dos resultados. “Nós derrotamos o fascismo. É um dia histórico”, celebra a mulher, que votou pela primeira vez em 9 de junho nas eleições europeias.

A jovem afirma estar feliz por sua tia, que tem um visto de residência, sua mãe que veio da Argélia e seu pai italiano, e por poder ser a voz “de todas as pessoas que não podem votar e de todas as minorias”.

Com sua bandeira da Ucrânia enrolada no corpo, Antonina Gain, de 24 anos, está “muito contente com os resultados”.

“Esta noite é uma vitória para mim e para a Ucrânia”, diz a jovem franco-ucraniana. “Uma maioria para o RN teria sido um sinistro para o fornecimento de armas e o suporte à Ucrânia em universal”, aponta.

No entanto, vários entrevistados pela AFP expressam uma alegria contida, até “silenciosa”.

Yvan Grimaldi, assistente social de 61 anos, se declara “aliviado, mas não totalmente satisfeito”. “Ainda não nos livramos da extrema direita na França. Nós os detivemos por um tempo, mas isso vai continuar”, alerta.

“Na verdade, é terrível, porque parece que a cada eleição, o RN se fortalece”, lamenta Valentine, de 23 anos.

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