Tragédia completa 40 dias com mais de 600 mil gaúchos fora de casa

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Rio Grande do Sul registrou 172 mortes devido às chuvas e enchentes

Desde o dia 29 de abril, o  Rio Grande do Sul
enfrenta uma crise climática que já afetou a vida de mais de 2 milhões de gaúchos. Segundo dados da Resguardo Social, 476 dos 496 municípios tiveram estragos causados pelas chuvas, resultando em mais de 800 feridos e 172 óbitos. Mais de 600 milénio pessoas ainda estão fora das suas casas, sendo 30.442 em abrigos e 572.781 em casas de parentes e amigos.

Levante evento climatológico é uma das maiores tragédias já registradas no estado, superando inclusive o furacão extratropical do ano pretérito, que causou 53 mortes.

Medidas antes do colapso

Em 2019, o governo do Rio Grande do Sul alterou 480 pontos do Código Ambiental do estado, flexibilizando exigências e, consequentemente, enfraquecendo a proteção ambiental.

O projeto, apresentado pelo governo de Eduardo Leite e sancionado pela Tertúlia Legislativa com 37 votos favoráveis de um totalidade de 55, permitiu a supressão parcial ou totalidade de matas ciliares e áreas de formação vegetal defensivas à erosão de encostas. Essas áreas são cruciais para impedir enchentes e deslizamentos.

Na capital Porto Contente, sob a gestão do prefeito Sebastião Melo (MDB), as inundações deste ano foram exacerbadas pela desativação de 19 das 23 bombas dos sistemas de contenção de cheias.

Outrossim, o Departamento Municipal de Chuva e Esgotos sofreu uma redução no número de funcionários, de 2.108 em 2013 para 1.738 em 2017, o que comprometeu a capacidade de resposta da cidade às inundações.

Alertas antecipados

O primeiro alerta para chuvas intensas foi emitido pelo Instituto Pátrio de Meteorologia (Inmet) no dia 26 de abril. No dia seguinte, a empresa de meteorologia MetSul destacou o risco de condições climáticas severas.

Em 28 de abril, a MetSul alertou para a possibilidade de alagamentos semelhantes aos de 2023. A Resguardo Social do Rio Grande do Sul também emitiu alertas no mesmo dia, e o governador Eduardo Leite divulgou um vídeo, em 29 de abril, advertindo sobre a seriedade da situação.

Apesar dos alertas, as recomendações para evacuação das áreas afetadas e os planos de contingência só foram implementados nos dias seguintes, quando as chuvas já haviam causado danos significativos.

As operações no Aeroporto Salso Fruto foram interrompidas, com aviões sendo desviados para Florianópolis devido às condições climáticas adversas.

Enunciação de calamidade pública

Em 1º de maio, o governo do Rio Grande do Sul declarou estado de calamidade pública
, quando o estado já registrava pelo menos dez mortes e 21 desaparecidos. Eduardo Leite reconheceu a seriedade do sinistro, chamando-o de “maior sinistro da história” do estado em termos de danos materiais.

O governador defendeu a resposta do governo às acusações de vagar na emissão de alertas e na evacuação, afirmando que as medidas foram implementadas conforme necessário, com base nas informações disponíveis na estação.

Causas das chuvas intensas

As chuvas no Rio Grande do Sul foram causadas por uma combinação de fatores climáticos, incluindo a presença de uma volume de ar quente sobre a região médio do país, que bloqueou a frente fria na extensão Sul.

Isso gerou instabilidade e chuvas intensas e prolongadas no estado, conforme relatado pela Climatempo. O fenômeno El Niño, que eleva a temperatura das águas do Oceano Pacífico, também contribuiu para a persistência das condições instáveis.

Outrossim, o  aquecimento global
tem aumentado tanto a frequência quanto a intensidade dos fenômenos climáticos, agravando ainda mais a situação.

Questões políticas

As tempestades e suas consequências levaram a um debate político sobre a realização das eleições municipais, com alguns grupos políticos defendendo o diferimento do pleito.

Prefeitos que buscam a reeleição temem que a tragédia seja usada por opositores para criticar suas gestões, influenciando os eleitores a optarem por mudanças. No entanto, o Tribunal Regional Eleitoral do Rio Grande do Sul (TRE-RS) já informou que não haverá diferimento das eleições.

O governo federalista nomeou Paulo Pimenta (PT-RS) uma vez que ministro da Secretaria Extraordinária da Presidência da República de  Esteio à Reconstrução do Rio Grande do Sul.

A escolha foi criticada por aliados do governador Eduardo Leite, que acusam Pimenta de usar o função para se promover politicamente visando uma candidatura ao governo do estado em 2026.

Aliados do presidente Lula, no entanto, afirmam que Edegar Pretto (PT-RS) é o preposto para disputar o governo gaúcho, enquanto Pimenta deverá concorrer ao Senado.

Assistência do Governo Federalista

Desde o início da tragédia, o governo federalista liberou R$ 85 bilhões para a reconstrução e assistência às famílias afetadas. As medidas incluem a liberação do FGTS aos trabalhadores e o pagamento do abono salarial.

Até o momento, 43,5 milénio profissionais foram mobilizados para ajudar a região, com 13 hospitais de campanha instalados e mais de 1,1 milénio toneladas de mantimentos doados e adquiridos.

Ações de reconstrução

Durante sua visitante ao Rio Grande do Sul na última quinta-feira (6),  o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT)
verificou as ações de recuperação nas regiões mais afetadas pelas inundações, no Vale do Taquari.

Ele foi recepcionado por prefeitos, deputados e lideranças locais em Cruzeiro do Sul e Arroio do Meio. Lula fez anúncios de escora financeiro e realizou assinaturas de medidas provisórias, incluindo o pagamento de suas parcelas do salário mínimo a trabalhadores do estado.

Essa foi a quarta visitante do presidente ao estado desde o início da crise climática. Na penúltima visitante, Lula comunicou a exórdio de três novas linhas de financiamento, totalizando R$ 15 bilhões em escora às empresas afetadas.

Impacto e mobilização

A tragédia no Rio Grande do Sul mobilizou esforços de todo o país para ajudar na recuperação do estado. Além dos recursos financeiros, a solidariedade da população e a mobilização de profissionais de diversas áreas têm sido fundamentais para enfrentar a crise.

As fortes chuvas deixaram um rastro de ruína, com 2.392.686 moradores afetados, 572.781 desalojados e 806 feridos. O esforço de reconstrução e assistência continua, com o objetivo de restabelecer as condições de vida para os milhares de gaúchos impactados pelo sinistro climatológico.

Enchentes no RS | Operadoras liberam internet móvel para ajudar na comunicação Vinícius Moschen


Enchentes no RS | Operadoras liberam internet traste para ajudar na informação Vinícius Moschen

Funcionários limpam hotel em Shatang, afetado pelas enchentes em 24 de abril de 2024 Hector RETAMAL


Funcionários limpam hotel em Shatang, afetado pelas enchentes em 24 de abril de 2024 Hector RETAMAL

Enchente no Rio Grande do Sul arrastou causou enormes prejuízos Reprodução/redes sociais


Enchente no Rio Grande do Sul arrastou causou enormes prejuízos Reprodução/redes sociais

Chuvas no Rio Grande do Sul causam enchente em Venâncio Aires Divugação


Chuvas no Rio Grande do Sul causam enchente em Venâncio Aires Divugação

Arena do Grêmio alagada por conta das enchentes no Rio Grande do Sul  Foto: Reprodução / Radio GreNal


Estádio do Grêmio alagada por conta das enchentes no Rio Grande do Sul Foto: Reprodução / Radio GreNal

Imagens de satélite mostram antes e depois de enchente no RS Fidel Forato


Imagens de satélite mostram antes e depois de enchente no RS Fidel Forato

Empresa apresenta alternativas para combater enchentes no Centro de São Carlos DA REDAÇÃO


Empresa apresenta alternativas para combater enchentes no Meio de São Carlos DA REDAÇÃO

Dupla Gre-Nal cancela treinos e ajuda desabrigados pelas enchentes Foto: Reprodução


Dupla Gre-Nal cancela treinos e ajuda desabrigados pelas enchentes Foto: Reprodução

Vista aérea mostrando casas destruídas por enchentes em Roca Sales Gustavo Ghisleni/AFP - 05/05/2024


Vista aérea mostrando casas destruídas por enchentes em Roca Sales Gustavo Ghisleni/AFP – 05/05/2024

Militares, bombeiros, profissionais de saúde e voluntários participam da operação de resgate de moradores do bairro Sarandi, cujas casas foram afetadas pelas enchentes, em Porto Alegre Anselmo Cunha/AFP - 05/05/2024


Militares, bombeiros, profissionais de saúde e voluntários participam da operação de resgate de moradores do bairro Sarandi, cujas casas foram afetadas pelas enchentes, em Porto Contente Anselmo Cunha/AFP – 05/05/2024

Enchente nas ruas de Porto Alegre Reprodução: Fernando Oliveira/redes sociais


Enchente nas ruas de Porto Contente Reprodução: Fernando Oliveira/redes sociais

Muro de Mauá inundado Reprodução: Fernando Oliveira/redes sociais


Muro de Mauá inundado Reprodução: Fernando Oliveira/redes sociais

Centro histório de Porto Alegre inundado Reprodução: Fernando Oliveira/redes sociais


Meio histório de Porto Contente inundado Reprodução: Fernando Oliveira/redes sociais

Centro Administrativo do Município inundado Reprodução: Fernando Oliveira/redes sociais


Meio Administrativo do Município inundado Reprodução: Fernando Oliveira/redes sociais

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