Eleições nos EUA: Entenda como foi a votação por recortes demográficos
Dados de boca de urna coletados pela CNN revelam informações relevantes sobre diferentes grupos demográficos na eleição presidencial dos Estados Unidos. Veja informações na galeria aquém.
A estudo indica que 53% das mulheres consultadas votaram em Kamala Harris, e 45%, em Donald Trump. Já no caso dos homens, 55% votaram no republicano, e 42%, na democrata.
Lourival Sant’anna, crítico de Internacional da CNN, pondera que o volume de votos do eleitorado feminino não foi suficiente para indemnizar a preferência dos homens.
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Dados sobre preferência eleitoral entre homens e mulheres da boca de urna da CNN • Arte/CNN
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Dados sobre preferência eleitoral entre urbanos, suburbanos e rurais da boca de urna da CNN • Arte/CNN
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Dados sobre preferência eleitoral entre brancos, negros e latinos da boca de urna da CNN • Arte/CNN
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Dados sobre preferência eleitoral entre judeus da boca de urna da CNN • Arte/CNN
Também é provável verificar que Trump teve resultado significativo entre os eleitores do meio rústico consultados pela pesquisa, conquistando 64% dos votos, contra 34% de Kamala; nas regiões suburbanas, o resultado foi 51% a 47% para o empresário; e a democrata conseguiu vantagem exclusivamente no meio urbano, com 59% dos votos.
Lourival destaca que o grande definidor dessa eleição foi o resultado nos subúrbios, áreas em que houve grande operação dos democratas para conseguir votos, mas que, no final, saíram derrotados de maneira universal.
“Os subúrbios têm um significado dissemelhante do que têm no Brasil: subúrbios são áreas de classe média, classe média subida ao volta das cidades e que abrigam a maioria dos eleitores — 51%”, explica.
“Foi aí que Donald Trump teve sua vitória decisiva, porque esperava-se, com a questão do monstro e da democracia, essa população, que muitas vezes é de nível de ensino mais cumeeira, levaria mais votos para Kamala Harris. Aconteceu exatamente o contrário, Donald Trump venceu nos subúrbios de maneira universal”, avalia.
O crítico de Internacional ressalta que o principal problema para o eleitorado nos subúrbios foi o cumeeira dispêndio de vida, sendo essa uma das principais pautas da eleição.
“A inflação está muito baixa, 2,1%, mas os preços dos vitualhas, da saúde e da moradia estão estacionados em um patamar muito cumeeira, quando houve um recorde de inflação de 9% em junho, julho de 2022”, observa.
Divisões étnicas
Trump manteve o nepotismo esperado entre os eleitores brancos, com uma diferença de 16 pontos percentuais: 57% contra 41%.
Kamala, por sua vez, teve um desempenho possante entre os eleitores negros, embora ligeiramente subalterno ao de Biden em 2020: 85% contra 13%.
O voto latino, considerado decisivo, mostrou-se mais dividido, tendo em vista fatores porquê a imigração e preocupações econômicas. “É uma demografia que tem uma filete de renda mais baixa, que sofreu com a subida do dispêndio de vida”, diz Lourival Sant’anna.
Sobre a questão da imigração, o crítico pondera: “São eleitores, cidadãos. Logo eles não gostam de imigrantes ilegais, porque dizem ‘a minha família entrou na fileira, pagou um preço cumeeira para se tornar cidadão americano, nós não aceitamos o que os democratas deixaram sobrevir’”.
Religião
Por término, a comunidade judaica, embora representando exclusivamente 2% do eleitorado consultado, votou majoritariamente em Kamala, demonstrando uma ininterrupção na tendência liberal deste grupo nos Estados Unidos.
“Quando você olha para os dados da questão de Israel, aqueles que apoiam incondicionalmente Israel votaram maciçamente em Trump; aqueles que acharam que os Estados Unidos não deveriam continuar ajudando militarmente Israel por razão da transporte da guerra votaram maciçamente em Kamala Harris, mas essas pessoas não são judias. São dos outros espectros da sociedade”, explica Lourival.