Oposição venezuelana denuncia prisão de coordenadora estadual de campanha

A líder da oposição na Venezuela, María Corina Machado, denunciou nesta quarta-feira (7) a prisão da coordenadora de campanha da coalizão de Edmundo González, María Oropeza. A dirigente partidária atuava no estado de Portuguesa, onde teria sido detida no início da madrugada.

“O regime acaba de levá-la à força e não sabemos aonde ela se encontra. Sequestraram ela! Peço a todos, dentro e fora da Venezuela, que exijam sua libertação imediata”, afirmou Corina Machado numa publicação no X.

Também no X, a coalizão opositora publicou um vídeo do suposto momento em que os policiais entram na mansão de Oropeza para realizar a prisão. A gravação parece ter sido feita a partir de uma transmissão ao vivo nas redes sociais.

Pessoas com deficiência estão entre os presos

Pelo menos três pessoas com deficiência estão sendo processadas na Venezuela, informou a Confederação de Surdos da Venezuela (Consorven) num transmitido, no qual manifestou a sua preocupação com as detenções das últimas horas no país.

O movimento político de oposição Vente Venezuela fez repercussão a esta denúncia e destacou a prisão de Daniel Rojas, um jovem surdo de 27 anos represado na semana passada em Caracas.

O cidadão foi interceptado pela Guarda Vernáculo Bolivariana quando saía do trabalho no sudoeste da capital venezuelana, em meio às manifestações contra os resultados oferecidos pelo Juízo Vernáculo Eleitoral que declararam uma vez que vencedor o atual presidente Nicolás Maduro, segundo o Consorven.

Rojas foi levado a um quartel da polícia e depois transferido para a prisão de Yare, no estado de Miranda, disse à CNN um porta-voz da confederação. Neste caso o jovem não utiliza linguagem gestual nem sabe ler e grafar.

A CNN está tentando instituir se Rojas tem representação lítico.

A CNN contatou também a família do jovem, que até agora não quis prestar declarações por receio de represálias, e contatou representantes do Ministério Público, que se recusaram a comentar sobre os detidos.

Outro jovem, desta vez com autismo, também foi represado nesse mesmo dia em Los Teques, capital do estado de Miranda, detalhou a ONG, mas não forneceu a sua identidade. Nesse caso ela também teria sido abordada no final do expediente de trabalho.

O procurador-geral da Venezuela, Tarek William Saab, afirmou que todos os detidos têm os seus direitos e a presunção de inocência respeitados. “Dos detidos, das centenas de detidos que existem, garantimos um julgamento justo, um processo justo”, disse Saab em conferência de prelo na semana passada.

A Consorven, entidade que se dedica ao atendimento de surdos e pessoas com outras deficiências, também garantiu que um terceiro jovem foi recluso em Caracas por romper num vídeo, culpado de perturbar a ordem pública.

Segundo relatos, o jovem, que também não foi identificado, apresenta dificuldades de aprendizagem e memória de limitado prazo.

A organização não governamental instou o Estado venezuelano a respeitar os direitos e garantias constitucionais das pessoas com deficiência contemplados na Constituição venezuelana e nos tratados internacionais assinados pelo país.

Até o momento, a ONG Mesada Penal registrou 1.102 pessoas privadas de liberdade desde 29 de julho, das quais 100 são adolescentes e cinco são indígenas.



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