Dólar amplia perdas com retomada da normalidade nos mercados globais

O dólar recuava frente ao real nas primeiras negociações desta quarta-feira, ampliando as perdas da véspera, à medida que investidores globais deixavam de lado os temores com uma recessão nos Estados Unidos e voltavam a buscar ativos de maior risco, provocando uma recuperação dos mercados.

Às 10h53, o dólar à vista caía 0,71%, a R$ 5,62 na venda. Na B3, o contrato de dólar horizonte de primeiro vencimento DOLc1 tinha queda de 0,33%, a R$ 5,654 na venda.

Na segunda-feira, o dólar à vista fechou a terça-feira em queda de 1,44%, cotado a R$ 5,6588.

Nesta manhã, os mercados globais continuavam a retomar a normalidade depois amplas quedas de índices acionários e moedas de mercados emergentes na segunda-feira, fomentadas pelas preocupações de agentes financeiros por uma recessão nos EUA, o que levou a uma grande aversão ao risco.

Outro fator para as perdas em mercados emergentes, o iene vinha experimentando grandes ganhos sobre o dólar na última semana, depois o Banco do Japão soerguer sua taxa de juros na semana passada, com operadores apostando em ainda mais elevações dos custos de empréstimo, o que gerou a reversão de operações de “carry trade” com a moeda japonesa.

Esses dois elementos de subida para o dólar no Brasil perdiam força nesta sessão.

No caso dos temores com a economia dos EUA, investidores passaram a observar dados mais otimistas vindos do país, uma vez que a expansão do setor de serviços, assim uma vez que falas apaziguadoras de uma mando do Federalista Reserve.

A moeda japonesa, por sua vez, passou a recuar acentuadamente na presença de o dólar nesta quarta, depois declarações de uma importante mando do Banco do Japão que minimizou as perspectivas de mais aumentos de juros no país no limitado prazo.

O vice-presidente do banco meão nipónico, Shinichi Uchida, disse que a mando monetária não elevará os juros quando os mercados estiverem instáveis, acrescentando que a intensa volatilidade do mercado na última semana poderia “obviamente” mudar a trajetória dos juros.

O dólar tinha subida de 1,87% em relação ao iene JPY=, a 147,00.

“O dia hoje é de um pouco mais de tranquilidade depois a subida volatilidade que a gente viu nos últimos dias”, disse Matheus Massote, profissional em câmbio da One Investimentos.

“Os mercados ficam mais tranquilos depois de uma enunciação do Banco do Japão dizendo que deve manter a política monetária mais frouxa por conta da volatilidade dos mercados”, acrescentou.

Com isso, o dólar recuava frente a uma ampla gama de moedas emergentes, uma vez que o peso mexicano MXN=, o rand sul-africano ZAR= e o peso chileno CLP=.

No cenário pátrio, o mercado ainda repercutia a ata da última reunião de política monetária do Banco Mediano, em que as autoridades sinalizaram que não hesitarão em soerguer a taxa de juros em prol da convergência da inflação se julgarem oportuno.

Essa perspectiva mais “hawkish” do BC, somada às apostas de cortes de juros no Fed, o que ampliaria o diferencial de juros entre Brasil e EUA — em tese, positivo para o real –, também favorecia a queda do dólar.

Operadores projetam que o banco meão dos EUA fará um namoro de 0,5 ponto percentual em sua próxima reunião, em setembro.

“A ata do Banco Mediano foi muito dura, trazendo mais uma vez o compromisso e o olho com os movimentos ligados à inflação”, afirmou Massote.

Para ampliar as preocupações com o nível da subida dos preços, a Instauração Getúlio Vargas (FGV) informou mais cedo que o IGP-DI acelerou sua subida mais do que o esperado em julho devido principalmente ao progressão nos preços de commodities agrícolas e minerais para os produtores.

O IGP-DI subiu 0,83% em julho, depois de progressão de 0,50% no mês anterior, supra da expectativa em pesquisa da Reuters de subida de 0,69%. O resultado levou o índice a subir 4,16% em 12 meses.

Na sexta-feira, o mercado analisará dados do IPCA para julho, com expectativa de analistas de um progressão de 0,35%, na presença de subida de 0,21% no mês anterior.

O índice do dólar =USD — que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis divisas — subia 0,19%, a 103,180.

 

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