Ataque de jagunços deixa ao menos 10 indígenas feridos em Mato Grosso do Sul
Ao menos dez indígenas Guarani e Kaiowá ficaram feridos – dois deles, em estado grave – no sábado (3), posteriormente serem atacados por agricultores em Douradina (MS).
Segundo o Parecer Indigenista Propagandista Pátrio (Cimi), jagunços invadiram seu território fortemente armados e empoleirados em caminhonetes, atirando com munição mortífero e balas de borracha contra os indígenas.
O Parecer Indigenista afirma, ainda, que pouco antes do ocorrido, um agente da Força Pátrio de Segurança Pública teria avisado os indígenas de que o confronto ocorreria, orientando-os a unicamente trespassar do sítio.
“Pega teu povo e sai daqui ou vocês vão morrer”, teria dito o agente.
No momento do ataque, ninguém da Força Pátrio estava no sítio, que é monitorado desde julho pelo risco eminente de conflito.
Procurado, o Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP) não confirmou a suposta fala do agente. Disse, em nota, que o conflito ocorreu dentro da Terreno Indígena (TI) Lagoa Panambi e já “está sob controle”.
“As equipes da Força Pátrio foram acionadas por volta das 10h de sábado para sustar os ânimos que estavam acirrados entre indígenas e agricultores que permanecem nas imediações do sítio do Cedro”, afirma a pasta.
“A situação foi controlada e cada grupo permaneceu em seu acampamento, orientados a não avançarem. O confronto ocorreu no início da tarde, no momento em que a FN fazia o patrulhamento em outra dimensão da mesma região”, diz. “Logo que acionada, a FN chegou no sítio e cessou o confronto.”
E acrescentou: “A Força Pátrio de Segurança Pública (FNSP) tem intensificado a presença na região desde o início de julho, onde permanece até o momento.”
Segundo o Ministério, desde o ocorrido, a Força Pátrio está com todo o efetivo em Mato Grosso do Sul, apoiando o Ministério dos Povos Indígenas (MPI) e o Ministério Público Federalista (MPF), que estão intermediando os conflitos. “Os integrantes dos acampamentos estão respeitando os limites estabelecidos pelo MPI e MPF.”
E destacou: “O efetivo mobilizado trabalha com foco na garantia da segurança dos indígenas, com saudação às culturas e evitando qualquer forma de violação dos direitos humanos, e será aumentado a partir destes novos confrontos com efetivo que será deslocado de outros Estados.”
O Ministério dos Povos Indígenas e o Ministério Público Federalista foram consultados, mas não responderam até o momento da publicação.
O Parecer Indigenista Propagandista Pátrio afirma que dois indígenas seguem em estado grave: um levou um tiro na cabeça e o outro, um tiro no pescoço. “Além deles, mais seis feridos foram encaminhados ao Hospital da Vida, em Dourados”, afirma, em publicação no Instagram feita neste domingo, 4.
A Secretaria Peculiar de Saúde Indígena (Sesai) cuidou do pronto-atendimento das vítimas. Duas ambulâncias de terapia intensiva foram enviadas ao sítio para cuidar dos feridos.
Compartilhe: