Policiais são investigados por suposto racismo contra filhos de diplomatas

As polícias Social e Militar estão investigando se houve excessos na abordagem feita por policiais militares a três adolescentes negros na porta de um prédio, em Ipanema, zona sul da cidade do Rio de Janeiro. Rhaiana Rondon, mãe do menino branco que estava junto com os três, acusa os policiais de terem feito uma “abordagem desproporcional”, racial e criminosa”.

Texto escrito por Rhaiana foi divulgado pelo cunhado dela, o jornalista Guga Noblat, que é tio do menino branco, em suas redes sociais. Segundo o relato de Rhaiana, os três adolescentes negros, amigos de seu rebento, são filhos de diplomatas do Canadá, Gabão e Burkina Faso.

Um vídeo mostra os policiais chegando com armas em punho e colocando os adolescentes contra a parede.
De consonância com Rhaiana, os quatro foram deixar um colega na porta de lar, na Rua Prudente de Moraes, quando foram abruptamente abordados por PMs “armados com fuzis e pistolas” que “sem perguntar zero, encostaram os meninos (menores de idade) no muro do condomínio”.

A PM do Rio deu mais um show de racismo. Meu sobrinho, um garoto branco, 13 anos de idade, estava com 3 amigos negros, da mesma idade dele, em Ipanema, quando chegou a polícia apontando armas, simples, para os 3 negros. Leiam o relato da minha cunhada e o vídeo da abordagem:

“Uma… pic.twitter.com/X45CKTMzIO

— GugaNoblat (@GugaNoblat) July 4, 2024

No relato de Rhaiana, publicado por Noblat, os adolescentes negros são estrangeiros e não entenderam o que os policiais disseram, por isso não conseguiram responder às perguntas. Depois que o rebento dela explicou que eles eram de Brasília e estavam a turismo, os policiais perceberam o erro, segundo ela, e liberaram os meninos, alertando para que eles não andassem na rua novamente, para evitar novas abordagens.

A assessoria de prensa da Polícia Militar afirmou que os policiais envolvidos na ação portavam câmeras corporais e que as imagens serão analisadas para constatar se houve qualquer excesso por secção dos agentes.

“Em todos os cursos de formação, a Secretaria de Estado de Polícia Militar insere nas grades curriculares porquê prioridade absoluta disciplinas porquê Direitos Humanos, Moral, Recta Constitucional e Leis Especiais para as praças e oficiais que integram o efetivo da Corporação”, diz nota divulgada pela PM.

A Polícia Social
informou que depois da veiculação de notícias sobre o ocorrido, a Delegacia Peculiar de Espeque ao Turismo (Deat) iniciou uma investigação. Agentes buscarão ouvir os adolescentes abordados.

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