Setor de serviços atinge o nível mais fraco desde abril com pressões inflacionárias, diz PMI de agosto

O setor de serviços do Brasil perdeu força em agosto devido à piora da demanda e atingiu o nível mais fraco desde abril em meio a fortes pressões de custos, mas permaneceu em território expansionista, segundo uma pesquisa do setor privado divulgada nesta quarta-feira (4).

O Índice de Gerentes de Compras (PMI, na {sigla} em inglês) de serviços do Brasil da S&P Global caiu a 54,2 de agosto, de 56,4 em julho, quando bateu o nível mais elevado desde junho de 2022. Apesar do recuo, o PMI permaneceu supra da marca de 50 que separa incremento de contração pelo 11º mês seguido.

“A perda de força observada entre os fornecedores de serviços em agosto não levanta preocupações imediatas, já que as taxas de incremento continuam a ser historicamente robustas”, avaliou a diretora associada de economia da S&P Global Market Intelligence, Pollyanna De Lima.

“Outrossim, o aumento na geração de empregos e a potente crédito empresarial indicam que essa desaceleração pode ser temporária”, completou.

De concórdia com a S&P Global, o índice mostrou extenuação das condições de demanda em agosto, que por sua vez restringiu o incremento da atividade, embora os entrevistados tenham evidenciado investimento em marketing do dedo e conquista de novos clientes.

O totalidade de novos trabalhos aumentou pelo 11º mês ininterrupto em agosto, mas a subida foi a mais fraca desde o início de 2024.

Em relação aos preços, a desfavor cambial e um mercado inflacionado foram os motivos mais citados para os maiores gastos das empresas no mês, seguidos de secas em partes do país e os efeitos ainda das enchentes no Rio Grande do Sul.

Tapume de um terço dos entrevistados citou aumento nos custos de insumos, com o restante falando que não houve mudanças em relação a julho, e a taxa de inflação na pesquisa foi a mais intensa em 25 meses.

Uma combinação de resiliência da demanda e rápido aumento dos gastos alimentou a subida dos preços cobrados em agosto, para o ritmo mais potente em pouco menos de um ano e meio.

Mas as vendas e projeções de incremento ajudaram a manter a geração de empregos entre os fornecedores de serviços, com a taxa de geração de vagas chegando ao ritmo mais potente em três meses.

As empresas de serviços ainda permaneceram otimistas com as perspectivas para os próximos 12 meses, com 52% prevendo aumento na produção. O otimismo foi sustentado por esforços de marketing e investimento, além de expectativas de que a inflação irá recuar e de que outras partes da economia registrarão recuperação.

No entanto, o subíndice de crédito caiu para o menor patamar em quatro meses devido a preocupações com inadimplência, incertezas legais e questões políticas.

Apesar do setor de serviços ter se mantido em incremento, o PMI Constituído do Brasil caiu a 52,9, de 56,0 em julho, uma vez que a indústria registrou em agosto o pior desempenho do ano.