
Construção econômica do governo caminha para reduzir o crescimento em 2025, diz especialista
Em entrevista à CNN, o economista-chefe da MB Associados, Sergio Vale, alertou para uma provável desaceleração do incremento econômico brasiliano em 2025.
Apesar dos resultados positivos recentes em torno do Resultado Interno Bruto (PIB) divulgados nesta terça-feira (3), Vale apontou que o cenário econômico para o próximo ano apresenta desafios significativos.
Segundo o técnico, a construção econômica atual do governo tende a levar a uma redução no incremento projetado para o próximo ano.
“A gente vai ter um efeito de uma taxa de juros que vai estar mais elevada”, explicou Vale, estimando que a taxa Selic possa chegar a 11,5% ou 12% ao final do atual ciclo de subida.
Fatores que influenciam a desaceleração
Vale destacou que o impulso fiscal, embora intenso nos últimos dois anos, provavelmente será menor em 2025 devido às restrições fiscais que o governo começou a perceber com mais intensidade.
Outrossim, as commodities, apesar de terem uma perspectiva melhor para o próximo ano, não devem apresentar a mesma exuberância vista nos últimos anos em termos de supersafra, preços elevados e câmbio favorável.
O economista projeta um incremento entre 1,5% e 2% para 2025, um cenário que ele considera provocador, principalmente considerando a proximidade das eleições de 2026.
“É um cenário de incremento que, provavelmente, vai ser plebeu”, afirmou.
Perspectivas e reformas necessárias
Vale também expressou preocupação com a pressão que o governo poderá enfrentar para entregar resultados mais expressivos visando a eleição presidencial.
Ele argumenta que os desajustes econômicos atuais podem exigir reformas profundas a partir de 2027, incluindo um novo regime fiscal, uma vez que o busto fiscal atual “não está funcionando”, além de possíveis revisões na reforma da previdência e a implementação de uma reforma administrativa.
Vale enfatizou a premência de mudanças estruturais para prometer um incremento sustentável a longo prazo.