Fernanda Torres sobre “Ainda Estou Aqui“: “Eunice e Brasil são sinônimos“
A atriz Fernanda Torres falou sobre sua personagem no filme “Ainda Estou Cá”, dirigido por Walter Salles e exibido no Festival de Cinema de Veneza, e destacou a similaridade entre a trajetória de Eunice Paiva e a trajetória do Brasil.
“É uma mulher que o Brasil tinha que saber, porque ela é quase uma tradução do Brasil”, falou Torres em entrevista ao Conduto Brasil. “A Eunice e o Brasil são sinônimos.”
“Essa mulher que era a dona de moradia perfeita de uma estação patriarcal, ela teve que se reinventar porquê mulher. Se reinventa porquê advogada em uma estação em que o Brasil também começa, em sua procura pela volta da democracia, a se reinventar porquê país através de uma constituição”, acrescentou.
A história da família Paiva
A história do filme é inspirada no livro do jornalista e dramaturgo Marcelo Rubens Paiva, publicado em 2015 e que fala sobre os terrores enfrentados por sua família durante a ditadura militar brasileira.
Fruto do engenheiro e político Rubens Paiva, que será interpretado nos cinemas por Selton Mello, e de Eunice Paiva, papel dividido por Fernanda Torres e Fernanda Montenegro, o responsável fez um relato sobre o homicídio de seu pai e a procura incessante de sua mãe pelo companheiro.
Em 1971, durante a ditadura, Rubens e Eunice foram presos junto de Eliana, a filha mais velha dos dois. Enquanto a primogênita foi solta na manhã seguinte, a mãe de Marcelo passou 12 dias retida. Já Rubens, desapareceu.
Mal recuperou sua liberdade, Eunice Paiva iniciou uma procura pelo paredeiro de seu marido.
Neste último domingo (1°), o filme “Ainda Estou Cá” foi ovacionado por 10 minutos e recebeu elogios da prelo internacional.
Veja o teaser de “Ainda Estou Cá”
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