Preço do azeite sobe 30% com seca na Europa e dólar alto – e tendência não é melhorar

O óleo de oliva teve subida de 33,73% no amontoado de 12 meses, de contrato com Índice de Preços ao Consumidor da Instauração Instituto de Pesquisas Econômicas (IPC-Fipe). No ano, o valor do resultado teve um salto de 14,73%, o maior no grupo de óleos do indicador.

O resultado passa por uma subida no preço devido à seca que atinge os principais produtores na Europa, porquê Espanha e Portugal, reduzindo as colheitas de azeitonas significativamente e puxando o valor do óleo nos últimos dois anos pelo mundo todo.

Economistas ouvidos pela CNN afirmam que fatores climáticos aprofundaram o cenário desfavorável para a produção da matéria-prima, reduzindo ainda mais a oferta do resultado, e a obediência de importação de óleo pelo Brasil afetam os preços.

Felippe Seriggatti, economista da Instauração Getulio Vargas (FGV), explica que a qualidade da floração da oliva para poder ser usada na produção do óleo depende de fatores climáticos que não estão sobre o controle dos produtores e que vem sendo desfavorável nesta temporada.

“Os grandes fornecedores do Brasil são Portugal e países do mediterrâneo, que vêm operando sobre o efeito do El Niño. Somado a isso, tivemos temperaturas supra da média e chuvas aquém delas, resultando em floração e frutos menores do que o desejado”.

O Brasil, apesar de um grande consumidor do resultado, depende da importação para atender a demanda interna.

Portugal, Espanha e Itália, três maiores importadores do óleo, foram responsáveis por importar mais de 41,9 toneladas do resultado e movimentando tapume de R$ 449 milhões, segundo dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Negócio e Serviços atualizados até outubro.

Guilherme Moreira, Coordenador do IPC-Fipe, destaca não ter no horizonte uma queda nos preços do óleo devido à previsão de safra das azeitonas menor a do ano pretérito.

“Você teve uma quebra de safra, uma oferta muito reduzida e consequentemente o preço subiu muito e finalmente chegaram ao consumidor ao longo do ano e não há muitas opções porque o Brasil produz muito pouco óleo.”

Ambos os economistas apontam para outro fator que irá interferir no preço do óleo: o dólar.

“O Brasil é um grande importador do óleo, portanto, mesmo que a safra de 2025 ligeiro a um aumento no resultado no exterior, por conta do câmbio, é verosímil que não vejamos a queda no valor do óleo no mercado interno” , explica Seriggatti.

Moreira ressalta que por conta da desvalorização do real, é verosímil que não vejamos uma queda no preço no ano que vem.

“Mesmo que a produção se recupere, o fator cambial acaba anulando isso caso essa desvalorização continue. Logo, para o consumidor o óleo vai continuar custoso por um bom tempo ainda.”

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