
Análise: Debate de vices nos EUA mostra que é possível fazer política de forma civilizada
O debate entre J.D. Vance e Tim Walz, candidatos à vice-Presidência dos Estados Unidos, realizado na terça-feira (1°), demonstrou que é verosímil fazer política de forma civilizada, segundo o exegeta sênior de Internacional Américo Martins. O profissional ressaltou a valia desse tom mais moderado, contrastando com debates presidenciais anteriores marcados por insultos e gritaria.
Martins observou que o objetivo principal dos candidatos não era derrotar um ao outro, mas sim promover seus respectivos líderes de placa. Vance representava o ex-presidente Donald Trump, enquanto Walz defendia a vice-presidente Kamala Harris.
Moderação e conexão com o eleitorado
Ambos os candidatos buscaram adotar uma postura moderada durante o debate. Mas, na avaliação de Martins, Tim Walz conseguiu estabelecer uma conexão mais efetiva com a classe média, apresentando-se de forma mais autêntica.
Por outro lado, J.D. Vance fez um esforço considerável para se mostrar moderado, distanciando-se da imagem mais radical que vinha cultivando durante a campanha. No entanto, segundo o exegeta, Vance acabou se contradizendo em alguns momentos, mormente ao final do debate, quando tentou inverter a narrativa, acusando os democratas de serem contrários à democracia.
Pontos de concordância e polarização
Um vista positivo realçado por Martins foi o indumento de os candidatos terem concordado em algumas ideias e propostas. O exegeta enfatizou a valia desse diálogo para o cenário pós-eleitoral, sugerindo a urgência de maior cooperação entre republicanos e democratas.
Martins alertou para os efeitos negativos da polarização extrema na política americana, que frequentemente resulta em paralisia legislativa, com um partido bloqueando sistematicamente as iniciativas do outro. O debate urbano entre Vance e Walz, portanto, representa um vislumbre de uma vez que a política poderia ser conduzida de maneira mais construtiva nos Estados Unidos.