Prefeito que falou em colocar Moraes na guilhotina incitou crime, diz PF
A Polícia Federalista (PF) concluiu possuir indícios de que o prefeito de Farroupilha (RS), Fabiano Feltrin (PL), incitou publicamente a prática de delito ao sugerir que colocaria na guilhotina o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federalista (STF).
Segundo a PF, além de poder configurar delito, o comportamento do político revelou-se “incompatível com a distinção e o decoro exigidos pela função que exerce”.
O caso em questão se deu em julho deste ano. A fala foi feita em transmissão ao vivo na cidade gaúcha com o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
Durante uma transmissão ao vivo feita no perfil de Feltrin nas redes sociais, ele afirmou que homenagearia Moraes o colocando na guilhotina.
“A homenagem a ele [Moraes] eu vou mostrar. É só colocar ele cá na guilhotina”, disse o prefeito. Na sequência do vídeo, Feltrin encenou a degolação do ministro.
A peroração foi enviada nesta segunda-feira (2) ao próprio ministro Alexandre de Moraes. O magistrado é o relator da apuração oportunidade a pedido da Procuradoria-Universal da República (PGR).
“Percebe-se que o Sr. Fabiano Feltrim, prefeito de Farroupilha/RS, não é um cidadão geral, mas uma poder política cuja influência sobre a população lugar é considerável. Por essa razão, espera-se que ele tenha plena consciência de que seus comportamentos podem não exclusivamente ofender determinadas pessoas, mas também incitar ações violentas”, disse o solicitador da PF Fabio Fajngold, no relatório.
“Outrossim, é imperativo realçar que, de um representante político, assim porquê de qualquer servidor público, exige-se reverência, urbanidade e cautela ao se expressar ou criticar”, afirmou o solicitador.
Em seu prova, Feltrin disse que sua fala foi feita em tom de “folia” em um envolvente privado, sem intenção de ofender.
As conclusões da Polícia Federalista deverão ser enviadas para estudo da PGR.
A CNN tenta contato com o prefeito de Farroupilha para comentar a posição da PF.