
Promotoria acusa Trump de desacatar nova ordem de juiz em Nova York
Ex-presidente Donald Trump no Tribunal de Novidade York, em 2 de maio de 2024
Mark Peterson
A promotoria acusou Donald Trump nesta quinta-feira (2) de infringir “voluntariamente e conscientemente” uma ordem de silêncio imposta pelo juiz que conduz seu processo em Novidade York para proteger testemunhas e jurados.
O republicano de 77 anos é criminado de falsificar documentos contábeis para ocultar o pagamento de 130 milénio dólares (420 milénio reais na era) à atriz pornô Stormy Daniels a poucos dias das eleições de 2016, nas quais derrotou a democrata Hillary Clinton.
O juiz Juan Merchán já impôs uma multa de 9 milénio dólares (45 milénio reais na cotação atual) ao magnata do ramo imobiliário na terça-feira por violar sua ordem em nove ocasiões e o advertiu que pode ser recluso se continuar investindo contra testemunhas, o júri e membros do tribunal nas redes sociais.
O promotor Christopher Conroy instou o juiz na audiência a multar Trump novamente em milénio dólares (cinco milénio reais) por cada uma das quatro novas violações de sua ordem.
“Ainda não estamos pedindo pena de prisão”, alertou.
“O réu violou a ordem voluntária e conscientemente”, disse Conroy, antes de aumentar que o republicano “acha que as normas deveriam ser diferentes para ele”.
Ele demonstrou, reforçou, “sua disposição de manifestar e fazer qualquer coisa para atrapalhar levante processo”.
Conroy classificou os comentários públicos que Trump fez sobre seu ex-advogado pessoal e agora inimigo Michael Cohen, uma das principais testemunhas da denúncia, e sobre a formação do júri uma vez que violações da ordem de silêncio.
Todd Blanche, legisperito de Trump, observou que seu cliente é o candidato presidencial republicano nas eleições de novembro e que o seu provável rival, o democrata Joe Biden, falou publicamente sobre o julgamento. “Ele não pode responder”, disse Blanche.
O juiz disse que isso não é verdade e que não havia zero em sua ordem que impedisse Trump de responder a Biden.
Merchan também contestou a asseveração de Trump de que não pode obter um julgamento justo em Novidade York porque é uma cidade de maioria democrata.
“Falou sobre o júri (…) e que era 90% democrata”, disse Merchan. “A indicação é de que não seria um júri justo.”
O juiz não emitiu qualquer decisão neste momento sobre as supostas violações.
– “Interferência eleitoral” –
Trump aproveitou a quarta-feira sem audiências para realizar um comício de campanha no Wisconsin, onde acusou o presidente Biden por seus problemas jurídicos e pelos males que afligem o país.
Antes de comparecer ao tribunal na quinta-feira, ele denunciou o julgamento uma vez que “interferência eleitoral” e disse que a ação “nunca deveria ter sido apresentada”.
Trump afirma periodicamente que é vítima de uma “caça às bruxas” por suas acusações: três por suposta fraude nas eleições e uma por vigiar documentos confidenciais posteriormente deixar a Moradia Branca.
Até agora, o tribunal ouviu um grupo eclético de testemunhas, incluindo um legisperito, Keith Davidson, que ajudou a negociar pagamentos secretos em moeda a Daniels a poucos dias das eleições de 2016. Davidson voltou a depor nesta quinta-feira, posteriormente a audiência sobre as violações da ordem de silêncio.
Trump é o primeiro ex-presidente americano a enfrentar acusações criminais. Durante duas semanas, Trump assistiu a horas de depoimentos, muitas vezes técnicos, visivelmente irritado com o juiz, que lhe exigiu a presença todos os dias.
O ex-presidente transformou a atenção midiática que recebe em suas entradas e saídas das audiências em um tribuna para reclamar de seus problemas jurídicos e outros assuntos que ocupam os noticiários por quase todo o dia.