Geórgia tem nova manifestação contra lei de ‘influência estrangeira’

Giorgi ARJEVANIDZE

Manifestantes se reúnem em frente ao Parlamento da Geórgia em Tiblíssi, em 1º de maio de 2024

Giorgi ARJEVANIDZE

Dezenas de milhares de pessoas voltaram a se manifestar na Geórgia nesta quarta-feira (1º), depois a adoção parlamentar, em segunda leitura, de uma lei contra a “influência estrangeira”, que, segundo os opositores, segue o protótipo de uma lei russa para silenciar a dissidência.

Os manifestantes se reuniram, agitando bandeiras da Geórgia e da União Europeia, do lado de fora do parlamento em Tbilíssi.

Na terça-feira, a polícia dispersou com gás lacrimogêneo e balas de borracha e prendeu 63 pessoas em um protesto semelhante na capital dessa pequena ex-república soviética na região do Cáucaso.

As manifestações estão ocorrendo desde 9 de abril, quando o governo apresentou o projeto de lei sobre “influência estrangeira”, comparado pelos opositores à lei sobre “agentes estrangeiros” usada pelo governo do presidente russo Vladimir Putin para silenciar a dissidência.

O partido governista, Sonho Georgiano, tentou validar essa legislação no início de 2023, mas não conseguiu, justamente por motivo dos protestos em tamanho.

Mas o governo reapresentou o projeto de lei no mês pretérito e, nesta quarta-feira, ele foi revalidado em segunda leitura por 83 votos em prol e 23 contra, e pretende promulgá-lo até meados de maio.

A União Europeia considerou que sua aprovação seria incompatível com as aspirações de adesão da Geórgia ao conjunto.

“Estou acompanhando a situação da Geórgia com grande preocupação e condeno a violência nas ruas de Tiblíssi”, publicou na rede X a presidente da Percentagem Europeia, Ursula von der Leyen.

“O povo da Geórgia quer um horizonte europeu para seu país. A Geórgia está em uma encruzilhada. Deve manter o rumo na direção da Europa”, acrescentou.

Dezenas de milhares de manifestantes se reuniram em frente ao Parlamento, onde entoaram o hino vernáculo da Geórgia e a ode à Alegria, segundo um jornalista da AFP no sítio.

À noite, a polícia usou gás de pimenta e lacrimogêneo, assim porquê jatos d’chuva de dentro do recinto do Parlamento contra os manifestantes que tentavam bloquear o chegada à sede.

“Sua violência sem sentido é inútil, o protesto só aumentará porque cresce a revolta popular contra o nosso governo”, disse à AFP o educador Tato Gachechiladze, de 20 anos.

Em nota, o Parlamento informou que “ativou o nível de segurança vermelho pelo ataque à sua sede, que representa uma prenúncio à vida e à saúde” de quem está em seu interno.

Mas um jornalista da AFP no sítio constatou que não houve tentativas de hostilizar o prédio, exceto por um incidente quando um grupo de jovens balançou o portão da sede.

O primeiro-ministro Irakli Kobakhidze criticou os políticos e diplomatas pró-ocidentais, que “caluniam” o projeto de lei, que em sua opinião só “aumenta a transparência do financiamento estrangeiro das ONGs, de consonância com os valores europeus”.

Ele acusou grupos civis da Geórgia de tentarem fazer revoluções “ao menos duas vezes nos últimos três anos” com financiamento europeu.

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