Carteira de crédito do Bradesco teve alta de 3,5% no trimestre, mas risco está controlado, diz presidente
O presidente-executivo do Bradesco, Marcelo Noronha, afirmou nesta quinta-feira que o banco está com o risco de crédito bastante controlado e que espera que a inadimplência continue recuando, embora em ritmo menor.
“A carteira de crédito cresce com estabilidade em todos os segmentos… e com índice na inadimplência que melhora em todos os segmentos de clientes”, afirmou em teleconferência com jornalistas em seguida o banco publicar balanço trimestral mais cedo.
No terceiro trimestre, a carteira de crédito do banco somou 943,9 bilhões de reais, subida de 7,6% em 12 meses e de 3,5% no trimestre, com a inadimplência supra de 90 dias recuando para 4,2%, de 5,6% um ano antes e 4,3% no segundo trimestre.
“Vejo uma risca de tendência de queda ainda (na inadimplência), não só pelo incremento da carteira, mas pela qualidade do que o banco está trazendo”, afirmou Noronha, referindo-se às novas safras de crédito.
“Nós arrumamos a inadimplência, ela vai desabar, em um ritmo menor, mas vai desabar, essa é a expectativa”, reforçou.
Na visão de Noronha, há alguns agentes econômicos com olhar mais pessimista em relação ao cenário macroconômico, mas ele avalia que o mercado bancário está mais otimista, vide os dados de crédito do Banco Medial conhecidos na véspera.
O executivo também afirmou ter uma perspectiva “muito boa” para o crédito da pessoa física no próximo ano. “Não sei se nesse mesmo patamar, talvez um pouco menos, mais ainda com incremento robusto”, afirmou o executivo.
No terceiro trimestre, a carteira de crédito da pessoa física no banco cresceu 10% ano a ano, para 396,8 bilhões de reais, com o índice de inadimplência supra de 90 dias ficando em 5,1%, de 5,2% no trimestre anterior e 6,6% um ano antes.
Às 10h55, as ações do Bradesco estavam entre as maiores quedas do Ibovespa, mostrando recuo de 3,7%, enquanto o índice recuava 0,16%. Os papéis do Itaú Unibanco, que divulga seu balanço na semana que vem, mostravam oscilação positiva de 0,34%.
MARGEM, RETORNOS
O presidente-executivo do Bradesco reforçou que as concessões de crédito sempre consideram o retorno ajustado ao risco, com foco na margem líquida, que vem “crescendo com consistência” desde o final do ano pretérito.
No período de julho a setembro, a margem líquida saltou 33% ano a ano e subiu 7% na base trimestral, para quase 8,9 bilhões de reais, em ambos os casos beneficiada pela queda nas provisões para devedores duvidosos, de 22,4% no ano e 2,2% no trimestre.
Noronha disse que o banco espera entregar retornos melhores trimestre a trimestre, em seguida publicar que retorno sobre o patrimônio médio (ROAE) alcançou 12,4% de julho a setembro de 2024, perante 11,4% no trimestre anterior e 11,3% um ano antes.
“Nós queremos entregar (mais retorno), e eu acho que a estratégia (do banco) está com consistência e perenidade”, acrescentou.
O Bradesco também continuará investindo em seus canais digitais, afirmou o executivo, muito uma vez que no processo de revisão de sua base de pontos de atendimento, que somou 6.347 unidades no final de setembro, de 7.388 locais um ano antes.
O banco “vem fazendo o ajuste do ‘footprint’ em um ritmo até mais vertiginoso do que aquele que havia previsto para o ano”, afirmou. “Vamos continuar com essa revisão” no próximo ano, acrescentou.
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