40% das principais profissões têm escassez de mão de obra, segundo CNC; saiba quais são
A taxa de desocupação recuou, no trimestre encerrado em julho, 0,7 ponto percentual na verificação com o trimestre de fevereiro a abril de 2024. Agora, ela é de 6,8%, segundo dados do Instituto Brasiliano de Geografia e Estatística (IBGE).
Ainda assim, o número de profissões com indícios de escassez de mão de obra, entre as mais representativas do mercado formal, atingiu nível recorde em junho deste ano. O levantamento é da Confederação Pátrio do Negócio (CNC), que também usou dados do Banco Médio (BC).
Considerando as 231 principais profissões, a pesquisa mostrou que, em junho de 2024, 40% delas tinham indícios de escassez de mão de obra.
Nos últimos dez anos, esse percentual foi atingido em exclusivamente em outro momento: dezembro de 2021. Na série histórica apresentada pela Confederação, que considera os meses de junho e dezembro ano a ano, o percentual nunca foi tão cimeira quanto nascente.
Os dados se mostram ainda mais discrepantes quando observado que, em junho de 2014, a quantidade dessas ocupações com escassez era menor que 15%.
A questão é que, segundo a CNC, historicamente, a baixa incidência de escassez de mão de obra está relacionada a momentos de retração do nível de atividade econômica. Entre junho de 2015 e dezembro de 2017, por exemplo, a taxa estava em 0%.
Vale ressaltar que são consideradas profissões com indícios de escassez “aquelas em que, apesar da ampliação de vagas, o salário de recepção avança de forma mais intensa que a média do mercado formal de modo a estimular a recepção de novos profissionais”.
Confira a seguir as principais profissões com indícios de escassez nos 12 meses encerrados em junho de 2024:
- Helpdesk: variação de 16,6% do salário de recepção com mais de 6,3 milénio vagas criadas;
- Agente de vendas de serviços: variação de 16,1% do salário de recepção com mais de 4,1 milénio vagas criadas;
- Caldeireiro: variação de 12,8% do salário de recepção com mais de 2 milénio vagas criadas;
- Montador de estruturas metálicas: variação de 11,4% do salário de recepção com mais de 4,7 milénio vagas criadas;
- Facilitar de farmácia de manipulação: variação de 11% do salário de recepção com mais de 2,7 milénio vagas criadas;
- Cumim/assistente de garçom: variação de 10,2% do salário de recepção com mais de 9,5 milénio vagas criadas;
- Facilitar de serviços jurídicos: variação de 10% do salário de recepção com mais de 2,7 milénio vagas criadas;
- Trabalhador da manutenção de edificações: variação de 9,9% do salário de recepção com mais de 14,9 milénio vagas criadas;
- Exegeta de negócios: variação de 9,8% do salário de recepção com mais de 5,6 milénio vagas criadas;
- Serralheiro: variação de 9,3% do salário de recepção com mais de 2,4 milénio vagas criadas;
- Psicólogo médico: variação de 8,7% do salário de recepção com mais de 2,1 milénio vagas criadas;
- Garagista: variação de 8,6% do salário de recepção com mais de 4,6 milénio vagas criadas;
- Vendedor em estância: variação de 8,3% do salário de recepção com mais de 3,1 milénio vagas criadas;
- Garçom: variação de 8% do salário de recepção com mais de 8,6 milénio vagas criadas;
- Facilitar de escritório: variação de 8% do salário de recepção com mais de 99 milénio vagas criadas;
- Inspetor de alunos de escola pública: variação de 7,8% do salário de recepção com mais de 8 milénio vagas criadas;
- Facilitar de pessoal: variação de 16,6% do salário de recepção com mais de 6 milénio vagas criadas;
- Facilitar de contabilidade: variação de 7,8% do salário de recepção com mais de 7,8 milénio vagas criadas;
- Facilitar de logística: variação de 7,7% do salário de recepção com mais de 60 milénio vagas criadas;
- Copeiro: variação de 7,7% do salário de recepção com mais de 4,9 milénio vagas criadas.
A Confederação destaca ainda que, apesar de a taxa de prolongamento da economia ter superado as expectativas no primeiro semestre, os recordes de escassez podem estar associados a outros fatores além do prolongamento do Resultado Interno Bruto (PIB), uma vez que a redução da população na força de trabalho.
Três a cada quatro trabalhadores brasileiros não completaram faculdade