Artigo: “Tokyo Vice”
O superintendente de um dos braços da Yacusa (sim, nós aprendemos na série que a Yacusa é o nome que designa todas as organizações criminosas no Japão, e são muitas!), em perceptível momento diz para um policial: “você entende mal o seu próprio país: a sociedade funciona muito porque, por debaixo dela, nós contemos o caos. Não existe Japão sem Yakuza”.
Isso parece mesmo uma verdade porque a Yacusa está presente em quase todos os ramos da sociedade social japonesa, sobretudo a policial e a prensa. Jake Adelstein, um jornalista americano (Ansel Egort, numa atuação espetacular) depois de passar por um dificílimo processo de seleção, consegue um trabalho no Jornal de maior circulação em Tokyo.
Jake rapidamente percebe que, uma vez que Gaijin (qualquer pessoa que não for japonesa é chamada assim) ele não vai crescer. Ele precisa de se superar para que suas matérias sejam mais relevantes, que o promovam além do núcleo policial (pequenos roubos e afins) para o qual foi nomeado.
Logo ele se confronta com um dos chefes mais poderosos do transgressão na cidade. A série se passa nos anos 1990, e seus criadores entregam uma Tokyo com precisão histórica e cultural dessa dez nos mínimos detalhes.
São muitas subtramas que acontecem sem aparente conexão, para no final se encontrarem numa única e intensa narrativa.
O submundo de Tokyo é mostrado, além da Yacusa, nos estabelecimentos noturnos (chamados mizu-shōbai). As “anfitriãs” (que não são prostitutas) têm uma vez que objetivo fazer companhia aos fregueses, distraí-los com uma boa conversa (é mandatório que elas tenham uma abrangente cultura universal). O trabalho delas é fazer com que os fregueses bebam mais e mais.
A série tem o grande préstimo de enveredar por um lado da capital nipônica quase incógnito pelos ocidentais.
Ela é baseada no livro jornalístico autobiográfico de Jake Adelstein (o mesmo nome oferecido ao protagonista).
Tokyo Vice além do sucesso nos países ocidentais, é um grande sucesso também no Japão, o que atesta sua precisão das idiossincrasias japonesas. Não perdida!
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