Após recorde de público, Brasília vai receber Majestoso e seleção brasileira
O estádio Mané Garrincha, em Brasília, vai se tornar a capital do futebol nas próximas semanas, com a realização de pelo menos mais dois grandes jogos: no próximo dia 29, recebe o clássico ‘Majestoso’ entre São Paulo e Corinthians, pois o Morumbis estará fechado para receber o show do cantor Bruno Mars. Já no dia 15 de outubro, é a seleção brasileira quem estará na região, recebendo o Peru, pela décima rodada das Eliminatórias Sul-Americanas da Despensa do Mundo.
Neste último domingo, 22, Vasco e Palmeiras se enfrentaram no estádio, e o confronto teve o maior público pagante do futebol brasílio na temporada, com 62.186 pessoas – foram mais de 64 milénio presentes, e uma renda que ultrapassou os R$ 7 milhões.
Neste ano, o estádio já sediou três confrontos importantes, sendo dois deles com mando do Juventude, que empatou seus duelos contra o Atlético-MG e o São Paulo. Já pela Despensa do Brasil, foi o Novidade Iguaçu-RJ quem levou seu jogo para o sítio contra mais uma potência brasileira, o Internacional, que venceu e passou de período.
Nas últimas temporadas, o Mané Garrincha também foi palco de algumas decisões, entre eles, em 2021 e 2023, em dois grandes confrontos envolvendo Palmeiras e Flamengo. Na primeira oportunidade, os cariocas sagraram-se campeões nas penalidades, enquanto no ano pretérito, o Verdão venceu em jogo eletrizante, por 4×3.
Já em 2021, foi a vez de uma decisão internacional suceder na redondel, desta vez pela Despensa Sul-Americana de 2021, com vitória nas penalidades do Resguardo y Justicia, da Argentina, sobre o Palmeiras.
“Essa é uma demanda que vem desde a Despensa do Mundo realizada no Brasil, em 2014. As arenas seguem precisando mostrar a que vieram, até pra justificar o investimento que foi feito em cada uma delas. Brasília, logo, surge porquê uma possibilidade muito boa. Apesar de não ter tanto apelo para utilização por segmento dos clubes que lá estão, o estádio possui nível de arenas europeias, o que propicia uma boa experiência tanto para quem joga, quanto para quem assiste. Não é vasqueiro ver clubes alternando seus mandos de campo para lá, quando há uma partida importante, com grande público. Aos clubes, vale a pesquisa sobre a aderência do seu público, quanto às ações que podem ser realizadas in loco, mas já podemos expressar que é uma estratégia que vem ganhando força ao longo dos anos”, analisa Jorge Duarte, gerente de marketing e esportes da Somos Young.
De concórdia com a secretaria de Turismo do estado, o Mané Garrincha se consolida porquê um dos principais pontos turísticos para quem está na capital do país. Assim porquê ocorre com o Palácio do Planalto, Planetário e Templo da Boa Vontade, entre outros locais, o estádio é um dos monumentos mais procurados do Província Federalista aos finais de semana por turistas e brasilienses. O tour guiado, por exemplo, pode ser feito pelo valor de R$55,00 durante a semana, e R$80,00 aos finais de semana.
O movimento de jogos, e também de shows em Brasília, que aumentou, fez a taxa de ocupação nos hotéis subir para 65,71% em 2023, fazendo ultrapassar o período pré-pandemia: em 2019, por exemplo, a ocupação foi de 59,43%. Os dados são da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis do Província Federalista (Abih-DF), que prevê um projeção ainda maior para 2024. A arrecadação com ISS era de R$ 7 milhões em 2018, e em 2023 subiu para R$ 35 milhões.
“Seja por uma premência circunstancial, seja porquê um projeto de naturalização dos clubes, esse movimento deveria ser realizado dentro do planejamento do calendário. Muitas agremiações possuem torcidas nacionais, e olhando o futebol também porquê entretenimento, sem menosprezar uma modernização no calendário e a saúde mental e física dos atletas, me parece fazer muito sentido levar jogos importantes e de grandes times para outras regiões do país. Movimenta e economia sítio e reforça o sentido de pertencimento dos torcedores que estão longe fisicamente do seu time do coração”, afirma Reginaldo Diniz, CEO e sócio-fundador da End to End, empresa que conecta o torcedor à sua paixão e é um hub de soluções e engajamento para o mercado esportivo.
Espaços de coworking também ganham destaque
Em seguida a Despensa do Mundo de 2014, alguns estádios que receberam o torneio receberam o sobrenome de “elefantes brancos”, determinado para obras que receberam grandes investimentos mas tiveram pouca utilidade. Um dos locais que recebeu a epíteto foi a Redondel BRB Mané Garrincha, localizada em Brasília.
Com o maior investimento entre os 12 campos da Despensa (muro de R$ 1,4 bi), o Mané Garrincha acabou sendo pouco utilizado por clubes da região. Porém, 10 anos depois do torneio, conseguiu se reinventar e agora não é mais só um espaço para partidas de futebol, mas também para empresas.
Sem competições a serem disputadas nos gramados, o estádio abriu as portas para os espaços de coworking. A concessionária que administra o sítio transformou partes dos camarotes em escritórios, que são alugados para diversas companhias.
As empresas estão instaladas no terceiro caminhar da redondel, ocupando um totalidade de 6 milénio m² dos setores locados. A estimativa da gestão é de que 800 pessoas estão trabalhando nos espaços de coworking do Mané Garrincha.
“Em seguida a Despensa do Mundo e a reforma do estádio, o Mané Garrincha ganhou uma relevância ainda maior no futebol pátrio. Por isso, é interessante que o sítio aproveite a sua estrutura e traga alternativas para que seus espaços sejam muito utilizados pelos torcedores. É importante pensar sempre em proporcionar experiências memoráveis aos fãs”, aponta Léo Rizzo, CEO da Soccer Hospitality, empresa que administra camarotes nos principais estádios do Brasil.
“Do ponto de vista mercantil, quanto mais opções de entretenimento o Mané Garrincha tiver, melhor vai ser para o estádio a longo prazo. As ações feitas pelos administradores da redondel podem dar mais visibilidade e ajudar a trazer mais eventos para o sítio, já que nenhum time de Brasília atua lá regularmente”, corrobora Renê Salviano, profissional em marketing esportivo.
Reforma do gramado
Uma das principais críticas dos clubes, elencos e comissões técnicas que jogavam no Mané Garrincha era o gramado, que não havia sido trocado desde a realização da Despensa do Mundo em 2014. Nos últimos meses, visando justamente a fardo de jogos nas próximas semanas, o estádio passou por uma ampla reforma, com a retirada completa do gramado, nivelamento a laser, replantio minucioso e cuidados regulares durante todo o processo.
“Brasília possuí uma farta rede hoteleira e um dos principais estádios que foi sede da Despensa do Mundo de 2014. Com a grama em bom estado de conversação, trata-se de uma ótima opção de mando de jogo, por fim a capital do país possuí boa renda per capita e possuí torcedores de alguns dos principais clubes do país”, complementa Fábio Wolff, sócio-diretor da Wolff Sports e profissional em marketing esportivo, e que faz a captação de contratos entre marcas envolvendo profissionais do esporte.
Os oito milénio metros quadrados de grama pronta para o plantio desembarcaram no estádio no dia 20 de agosto, e desde logo, os rolos já foram sendo retirados e plantados no gramado da Redondel. Esse processo de replantio em rolos, sentido Setentrião-Sul, teve o objetivo de prometer a qualidade do campo, testificar padrões elevados de desempenho e segurança para todos os jogos que serão realizados.
“A reforma do gramado do Estádio Mané Garrincha marca um importante progresso em termos de infraestrutura esportiva. Sendo uma redondel de padrão Despensa do Mundo, é necessário que ofereça condições ideais para a realização de grandes eventos. A substituição completa do gramado, aliada ao uso de tecnologias de ponta, porquê o nivelamento a laser e o replantio em rolos, assegura não unicamente a preparação adequada para a intensa agenda de jogos, mas também eleva significativamente os padrões de desempenho e segurança. Essas melhorias garantem que o campo esteja à profundeza dos principais jogos, incluindo compromissos da seleção brasileira”, comenta Otávio Pedroso, arquiteto da Recoma, a maior empresa de infraestrutura esportiva da América Latina.