Copom eleva Selic em 0,25 pp, para 10,75% ao ano, e sinaliza novas altas de juros

Em decisão unânime, o Comitê de Política Monetária (Copom) decidiu, nesta quarta-feira 18, aumentar a Selic em 0,25 ponto percentual, para 10,75% ao ano. A decisão era amplamente esperada pelo mercado. Ou por outra, os diretores do Banco Medial (BC) sinalizaram que os juros devem voltar a subir, mas não se comprometeram com um percentual específico e nem com o tamanho do ciclo.

“O ritmo de ajustes futuros na taxa de juros e a magnitude totalidade do ciclo ora iniciado serão ditados pelo firme compromisso de convergência da inflação à meta e dependerão da evolução da dinâmica da inflação, em peculiar dos componentes mais sensíveis à atividade econômica e à política monetária, das projeções de inflação, das expectativas de inflação, do hiato do resultado e do balanço de riscos”, informou o BC.

Apesar de sinalizar novidade elevação dos juros, persiste no mercado a incerteza sobre o tamanho do ciclo de subida. Entre economistas e analistas, secção das apostas indicam que a Selic pode subir entre 11,5% e 12% ao ano. Outro grupo defende o processo de elevação da taxa no Brasil pode ser menor, em virtude da desaceleração global, da redução do nível de atividade nos Estados Unidos e da queda de juros promovida pelo Federalista Reserve (FED).

Esses três fatores têm potencial para reduzir o preço do dólar, o valor das commodities e contribuir para uma queda da inflação. Ou por outra, o diferencial de juros entre o Brasil e o Estados Unidos tende a atrair capital estrangeiro para o país, o que pode baratear ainda mais o dispêndio da moeda norte-americana.

Transição para a gestão Galípolo

A decisão desta quarta é a primeira desde que o diretor de Política Monetária, Gabriel Galípolo, assumiu as rédeas da notícia da domínio monetária e foi indicado para presidir o BC. Ou por outra, a unânimidade entre os membros do Copom é importante para ancorar expectativas e para mostrar que há congruência entre o oração e as ações do horizonte presidente do BC.

Caberá a ele, a partir de agora, buscar a ancoragem das expectativas de inflação, diante das incertezas fiscais que rondam o país. E, porquê mostrou a EXAME, as declarações de Galípolo levaram o mercado e os economistas a precificar uma subida de juros na reunião do Copom desta quarta.

Galípolo conta com a simpatia de Lula e sempre se preocupou em manter boas relações políticas no PT e em outros partidos. Um exemplo disso é que, além de Fernando Haddad, ele também compareceu a sarau de natalício do José Dirceu, o que causou estranheza entre alguns presentes na ocasião. Essa proximidade com os políticos deve prometer uma sabatina tranquila no Senado, avaliam técnicos do governo. A expectativa é agendar a sabatina até 8 de outubro.

Nas reuniões privadas que têm feito com analistas, banqueiros e empresários, Galípolo tem sinalizado  que não pretende adotar uma postura de alinhamento político e econômico ao governo. E que fará o que for necessário para controlar a inflação, mesmo que isso signifique subir os juros.

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