
O que esperar do PIB do segundo trimestre de 2024?
A economia brasileira deve apresentar um desenvolvimento entre 0,9% e 1% no segundo trimestre de 2024, estimam economistas e relatórios consultados pela EXAME. O oferecido será divulgado pelo Instituto Brasílio de Geografia e Estatística (IBGE) nesta terça-feira, 3, às 9h. Na confrontação com o mesmo período do ano pretérito, o PIB do segundo trimestre deve proceder entre 2,3% e 2,8%. No primeiro trimestre de 2024, o PIB do país cresceu 0,8% na confrontação com os três meses imediatamente anteriores.
Na avaliação de economistas, o resultado será puxado, principalmente, pelo aumento de renda da população e do investimento, com destaque para a indústria de transformação — a formação bruta de capital fixo (FBCF, no jargão econômico).
“O que percebemos é uma resiliência mais estrutural da economia brasileira”, diz Andrea Damico, CEO da Buysidebrazil Consultoria Econômica. “Isso aconteceu em outras partes do mundo. Na economia do americana, foram dois trimestres muito fortes. apesar dos juros restritivos. Por cá, tivemos essa repetição, de primeiro trimestre mais possante.”
A estimativa da Buysidebrazil é de que o PIB cresça 0,9% na confrontação com o primeiro trimestre do ano, e 2,6% na confrontação com 12 meses.
Em relatório, economistas do banco Itaú apontam que o destaque ficará para o setor de serviços, que “deve mostrar subida anual semelhante à observada no trimestre anterior (2,8%, na presença de 3,0% no 1T24)”. O Itaú projeta que o PIB do segundo trimestre avançará 1,0% na confrontação com o trimestre anterior e 2,8% na confrontação anual.
“A indústria deve ter registrado desenvolvimento de 3,2% na mesma confrontação (na presença de 2,8% no 1T24) e o setor agropecuário deve seguir negativo, com queda de 0,8% (na presença de -3,0% no 1T24)”, diz trecho do relatório do Itaú. “A maior resiliência da atividade se refletiu nas surpresas positivas dos indicadores mensais ao longo do primeiro semestre, em privado no varejo e nos serviços, que são resultado de uma renda das famílias mais subida, seja pelo maior dinamismo do mercado de trabalho, seja pelas transferências de renda.”
Já o BTG Pactual (do mesmo grupo de controle da EXAME), estima um desenvolvimento de 0,9% na confrontação com o primeiro trimestre e um desenvolvimento anual de 2,7%. “Com destaque para a indústria de transformação, que deve apresentar um desenvolvimento de 2,0% trimestre a trimestre”, escreveu a equipe macroeconômica do banco em relatório. “O consumo das famílias deve mostrar mais um trimestre de desenvolvimento robusto, onde projetamos subida de 1,2%, enquanto os investimentos devem apresentar possante desenvolvimento de 2,6% trimestre a trimestre.”
A consultoria econômica LCA também estima um progresso de 1,0% na relação com o primeiro trimestre e 2,7% na confrontação anual. “É um número muito bom e reflete o impacto que houve sobre a renda, tanto do mercado do trabalho aquecido, quanto com benefícios sociais, que cresceram bastante”, diz Francisco Pessoa Faria, economista da consultoria LCA.
O Rabobank vai na mesma traço de 1,0% de desenvolvimento no trimestre a trimestre e 2,3% no progresso reunido. “O mercado de trabalho continua aquecido, e as enchentes no Rio
Grande do Sul tiveram impactos menores que o esperado na atividade econômica. Apesar da lavra apresentar um desempenho menos animador que o do ano anterior, outros
setores porquê a indústria e serviços se beneficiaram do aumento na renda real da população, o que deve implicar em um maior desenvolvimento nesse trimestre”, diz relatório do banco.
Mercado de trabalho
Para Damico, da Buysidebrazil, o mercado de trabalho aquecido e os rendimentos em subida explicam em boa medida o desenvolvimento, que virá sobretudo do setor de serviços. “Vemos essa resiliência mais estrutural, ligada ao mercado de trabalho. Há um pouco de efeito dos estímulos de benefícios sociais [como o Bolsa Família e outros], mas temos um mercado de trabalho com desemprego em 6,8%, e rendimentos com alguma moderação na margem, mas longe de dar um refrigério”, afirma. “Isso tem sustentado.”
De indumentária, a população ocupada atingiu novo recorde da série histórica em agosto e chegou a 102 milhões. O totalidade de trabalhadores do país cresceu 1,2%, mais 1,2 milhão de pessoas, no trimestre e 2,7%, mais 2,7 milhões de pessoas, no ano.

Carteiras de trabalho: população ocupada atingiu recorde histórico no mês de agosto, em 102 milhões de pessoas (Dedoc/VEJA)
A população desocupada – pessoas que procuravam por trabalho – caiu para 7,4 milhões de pessoas. Esse é o menor número de pessoas em procura de trabalho desde o trimestre encerrado em janeiro de 2015.
Para os economistas do Itaú, o consumo das famílias deve proceder 4,8% em confrontação ao mesmo período do ano pretérito, impulsionado pelas concessões de crédito que têm “apresentado ritmo possante de desenvolvimento (principalmente para pessoa física) e pelo aumento da renda, que sustentaram os gastos das famílias”.
Investimentos
Para Faria, da LCA, o destaque ficará para os investimentos. “O oferecido vai ser melhor do que a gente tem tido, e com algumas diferenças. Por exemplo, caminhões e ônibus devem ter ótimo resultado, mas máquinas agrícolas deve inferior, uma vez que o setor se alavancou nos anos de calma”, diz. “Estimamos um desenvolvimento do investimento supra de 6% na relação ao mesmo período.
O Itaú prevê um pouco semelhante. “A formação bruta de capital fixo (FBKF) deve registrar desenvolvimento anual de +7,8% no 2T24, segunda subida consecutiva depois de sucessivas quedas em 2023, diante do possante desenvolvimento tanto de importações de bens de capital quanto do mercado de capitais”, escreveu a equipe econômica.
Já Damico, da Buysidebrazil, avalia que o investimento foi a única variável que reagiu “dentro do esperado” em relação ao ciclo monetário de aumento de juros. Os investimentos caíram bastante ao longo de 2022 e 2023.
“No final do ano pretérito, quando juros começaram a tombar, e embora continuem restritivos, o nível de restrição diminuiu, ajudou a dar esse incitamento para os investimentos. O segundo trimestre, deve vir positivo. Até pelo indumentária de termos tido um esforço para reconstrução do Rio Grande do Sul, o que pode ajudar”, afirma.
Rio Grande do Sul
Por termo, parece consensual entre economistas que o impacto o impacto das enchentes no Rio Grande do Sul no PIB veio inferior do esperado.
“Basicamente, a gente vislumbrou no mercado um impacto negativo muito pior do que ele de indumentária aconteceu. Teve um efeito que quase ninguém estimou, das doações. Ali, claramente a indústria em maio caiu com dias de paragem. Teve queda importante da indústria que se recuperou em junho”, diz Damico, da Buysidebrazil.
Ao mesmo tempo, houve estímulos fortes para a recuperação do estado. “Em vez de ter um PIB revisado para reles por pretexto do Rio Grande do Sul — que estimávamos de 0,1 a 0,2 ponto percentual —, o efeito liquido foi até um pouco mais para cima”, afirma a economista.
“Juntando esse erro de projeção, continuamos tendo surpresas positivas porquê mercado de trabalho. Rendimento está começando a mostrar moderação, mas ainda contribuindo para uma volume salaria muito possante, com recordes históricos todos os meses e uma taxa de desemprego muito baixa”, afirma. “Isso acabou dando essa novidade sustentação para a atividade. O mercado chegou a ter estimativas de 2%, foi para 1,9%, e agora está em 2,5% [no ano de 2024]. Tem crítico vendo perto de 3%.”