Produção de cana pode cair 20% com mudanças climáticas, diz estudo

Um estudo do Laboratório Pátrio de Biorrenováveis do Núcleo Pátrio de Pesquisa em Pujança e Materiais (CNPEM) projeta que as mudanças climáticas poderão provocar queda na produção brasileira de cana-de-açúcar de até 20% nos próximos dez anos.

A subtracção, de convenção com a pesquisa, causaria um efeito drástico similar no mercado de etanol combustível e no setor de biocombustíveis do Brasil. O país é líder mundial na produção e consumo de biocombustíveis.

Segundo o levantamento, a redução na quantidade e frequência de chuvas é apontada uma vez que o principal fator prejudicial ao desenvolvimento da cana-de-açúcar, superando até mesmo a elevação das temperaturas.

“A projeção foi verosímil graças a técnicas de modelagem agroclimática. Os pesquisadores analisaram dados climáticos históricos e fizeram simulações considerando variáveis para prezar o que pode suceder, nos próximos anos, com a cultura de cana na região Núcleo-Sul do Brasil”, destacou o CNPEM, em nota.

Dados climáticos

A região estudada abrange os estados de São Paulo, Goiás, Minas Gerais, Paraná, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, que produzem atualmente 90% da cana-de-açúcar do país. A pesquisa utilizou dados climáticos do Instituto Pátrio de Pesquisas Espaciais (INPE) e adotou o padrão Crop Assessment Tool, desenvolvido pelo CNPEM, para deslindar uma vez que as mudanças climáticas podem afetar a produtividade da cana-de-açúcar.

“A queda na produção já começou a ser sentida e pode se aumentar, caso não sejam adotadas ações para mitigar os impactos ambientais. A Companhia Pátrio de Provisão (Conab) estima redução de 3,8% na safra de 2024/2025, em consequência dos baixos índices pluviométricos e das altas temperaturas na região Núcleo-Sul”, ressalta a pesquisa.

O principal participante do estudo, o engenheiro agrícola Gabriel Petrielli, alerta que a subtracção da produção da cana poderá fomentar uma poderoso queda nas receitas no setor.

“O recuo na produtividade da cana-de-açúcar pode levar a uma redução da receita de CBIOs da ordem de US$ 1,9 milhão para cada bilhão de litros de etanol produzido, resultando em uma perda de receita no setor da ordem de US$ 60 milhões anualmente”, destaca.

Veja imagens dos incêndios em diversas cidades de São Paulo

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