
Qual a empresa mais "Faria Limer"? Ranking usa ocupação de escritórios para eleger top 10
A Avenida Brigadeiro Faria Lima, localizada entre as Zonas Oeste e Sul de São Paulo, é o endereço corporativo mais disputado (e dispendioso) da capital paulista, com aluguéis que podem obter R$ 400 por metro quadro. O endereço não é chamado de meio financeiro à toa: os bancos são as empresas mais “Faria Limers” da região quando o objecto é ocupação de escritórios.
A liderança fica com o Itaú, maior banco do Brasil, que tem 31 milénio metros quadrados de escritórios de tá padrão (classificação A+ e A) na Faria Lima. Os números são de levantamento da consultoria imobiliária SiiLA, ao qual a EXAME teve chegada com exclusividade.
A jóia do portfólio é o Faria Lima 3500, comprado pelo Itaú oriente ano por R$ 1,5 bilhão – na transação mais rostro de um único prédio na história do Brasil. O empreendimento, que abriga o Itaú BBA, tem seis andares em forma de trapézio virado e frontaria completamente revestida em vidro. São 25 milénio metros quadrados ao todo, com uma extensão privativa de 22,7 milénio metros quadrados. Cada andejar tem 2,5 milénio metros quadrados, e o prédio conta com 597 vagas de garagem.
O Itaú também é inquilino do Faria Lima Financial Center, mas não ocupa todo o prédio. O prédio tem entre seus inquilinos o americano Bank of América Merrill Lynch, o Banco Genial, a Companhia Siderúrgica, a Advent International, a RK Partners, o KDB Bank Brasil, além de escritórios de advocacia.
A segunda empresa com maior presença na Faria Lima é o BTG Pactual (do mesmo grupo de controle da EXAME), com 27 milénio metros quadrados ocupados. E em terceiro, a gigante de tecnologia Google, com 18 milénio metros quadrados.
As duas empresas têm suas sedes no Recinto Malzoni, um dos edifícios mais icônicos da Avenida. O prédio conta com um vão no meio que preserva a moradia Bandeirista tombada em 1982 pelo Juízo de Resguardo do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico do Estado de São Paulo (Condephaat).
O levantamento da SiiLA mostrou que as empresas do segmento de finanças são as principais ocupantes da Faria Lima, somando muro de 198 milénio metros quadrados na região. As companhias de tecnologia ficam em segundo lugar, com 47 milénio metros quadrados ocupados, seguidas por produtos empresariais e serviços, com 36 milénio metros quadrados. Empresas de bens e serviços, por sua vez, ocupam 20 milénio metros quadrados de escritórios na Faria Lima; coworkings ficam com 19 milénio metros quadrados e consultorias têm 16 milénio metros quadrados.
Veja o ranking completo, com estimativas referentes ao segundo trimestre de 2024:
- Itaú: 31 milénio m²
- BTG Pactual: 27 milénio m²
- Google: 18 milénio m²
- Shopee: 17 milénio m²
- Bradesco: 16 milénio m²
- We Work Coworking: 16 milénio m²
- Facebook: 13 milénio m²
- JPMorgan: 11 milénio m²
- Bunge: 8 milénio m²
- Banco Master: 8 milénio m²
O que faz da Faria Lima o metro quadro mais dispendioso do Brasil
O aluguel na região da Faria Lima tem preço médio de R$ 237,52 por metro quadro, segundo estimativa da consultoria imobiliária SiiLA. O valor é 87% mais salso que a média da cidade, em R$ 126,92 para prédios nas classes A+ e A – os de maior qualidade em padrão construtivo e tecnologia. Vale lembrar que a filete dos R$ 230 é uma estimativa que contempla toda a Avenida. No quadrante mais valorizado, próximo ao Itaim Bibi, os preços de locação já batem os R$ 400/m² nos cálculos da MBRAS, boutique imobiliária de tá padrão.
A explicação para a valorização está na centralidade da Faria Lima. “A região conseguiu ter estabilidade entre moradia, empresas, negócio, segurança, hotéis – tudo que é necessário para uma boa convívio”, avalia Giancarlo Nicastro, CEO da SiiLA.
“O movimento também segue uma velha máxima: o escritório sempre é localizado mais perto da moradia do CEO. E muitos deles costumam morar entre os Jardins e o Morumbi”, explica Nicastro. A Faria Lima, não por casualidade, está situada próxima aos dois bairros.
Os preços, no entanto, podem ser salgados demais para algumas companhias. A vacância na região vem crescendo, e alcançou uma taxa de 12,38% no segundo trimestre deste ano – subida de 137% em 12 meses. Nicastro avalia que muitas empresas vieram para a região na pandemia quando os preços abaixaram, trazendo oportunidade de colocar a operação no lugar mais disputado da cidade. De lá para cá, com a subida dos aluguéis, muitas tiveram que repensar a decisão.
A avaliação da SiiLA é de que os preços praticados devem passar por uma correção, retornando a um ponto ideal de R$ 250 até próximo dos R$ 270 na extensão privativa. “Existe uma pressão [nos preços] para ver quando a corda vai estourar. O sinal de que chegou a um pico é quando prédios icônicos começam a ter vacância – o que ainda não aconteceu. Nesse momento temos uma correção, que é normal de mercado”, afirmou Nicastro.