Com dívida renegociada, Casas Bahia volta ao lucro e antecipa metas

O reperfilamento da dívida trouxe conforto para as Casas Bahia e acelerou algumas metas. Uma delas foi voltar ao campo positivo na última traço, alguma coisa esperado só para 2025.

No segundo trimestre, a companhia reportou lucro líquido de R$ 37 milhões, depois de amargar trimestres seguidos no vermelho. Há um ano, a perda líquida era de R$ 492 milhões.

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No consolidado do semestre, o prejuízo líquido passou de R$ 789 milhões para R$ 224 milhões ao término de junho de 2024.

“Estamos cientes de que ainda tem muita coisa para fazermos. Mas os números mostram que temos antecipação de algumas entregas. Ganhamos tempo para trabalhar”, diz Renato Franklin, CEO da varejista que lanço o projecto de restruturação em agosto pretérito.

Em abril, a companhia entrou com o pedido de recuperação extrajudicial, que permitiu estender o prazo de vencimentos para os próximos seis anos e preservou R$ 4 bilhões em caixa.

A medida foi bem-recebida pelo mercado, mas insuficiente para analistas sell side revisarem suas teses de investimento, ainda preocupados com a queima de caixa.

O segundo trimestre, porém, mostra porquê a decisão foi acertada. O fluxo de caixa livre ficou positivo, em R$ 92 milhões. No semestre, reduziu a perda de R$ 307 milhões para R$ 82 milhões.

“Foram entregas consistentes, que nos levaram ao melhor fluxo de caixa livre semestral dos últimos cinco anos”, destaca o CFO, Elcio Ito. “Nosso foco sempre foi fluxo de caixa.”

A companhia registrou R$ 3,9 bilhões de endividamento bruto no segundo trimestre, sendo 89% de vencimentos de longo prazo.

Além do fôlego da negociação financeira, a empresa colheu frutos de outras melhorias. A disponibilidade de monetização de ativos tributários, por exemplo, foi de R$ 357 milhões, supra do que era esperado ao traçar o projecto de transformação.

A companhia também fez um potente esforço de proveito de eficiência. Reduziu o estoque em 15 dias, quando comparado ao mesmo trimestre de 2023, numa economia de R$ 1,4 bilhão. “Agora estamos com um estoque mais saudável, inclusive para a estratégia do segundo semestre, que é sazonalmente mais relevante”, diz o CEO.

Também cortou despesas. O SG&A caiu 9,1%, com as despesas de vendas ficando 12,7% menor. O desempenho, conta Franklin, tem a ver com o nível ressaltado de engajamento dos times, em privativo nas lojas físicas, meato priorizado pela empresa no processo de turnaround.

Em meio ao processo para permanecer mais enxuta e certeira, a Casas Bahia viu sua receita desabar 13,5%, R$ 6,48 bilhões. O lucro bruto ficou 8,8% menor, a R$ 1,99 bilhão, no entanto, conseguiu melhorar em 1,5 ponto percentual a margem, que chegou a 30,7%.

O Ebitda ajustado do trimestre é de R$ 452 milhões, 3,5% menor do que um ano antes. A margem Ebitda cresceu 0,7 ponto percentual, a 7%.

Para Franklin, a decisão de ser mais conservador e trinchar na mesocarpo (incluindo aí o fechamento de 33 lojas do segundo trimestre de 2023 para o mesmo período de 2024) foi acertada para mourejar com o envolvente macroeconômico ainda duro para o setor de bens de consumo duráveis, porquê itens de traço branca.

“Tirando a maluquice do cenário macro, deveríamos ser percebidos de uma maneira muito dissemelhante a partir de agora”, diz Franklin. “Estamos muito mais fortes do que há seis meses ou um ano detrás.”

A varejista tem valor de mercado de R$ 406 milhões, numa queda de quase 62% no reunido do ano.

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