As enchentes que afetaram o Rio Grande do Sul entre abril e maio deste ano resultaram em danos estimados em R$ 10 bilhões para o estado, mostra o Global Catastrophe Recap Report, divulgado pela Aon, consultoria global de gestão de riscos, seguros e resseguros, nesta quarta-feira, 24.
As chuvas intensas que ocorreram no estado, incluindo na região metropolitana de Porto Satisfeito, destacaram porquê as infraestruturas locais são vulneráveis e mostraram a urgência de investir em medidas para proteger contra enchentes, diz o documento.
De entendimento com a Resguardo Social do Rio Grande do Sul, o número de mortes se aproxima de 200. O levantamento do órgão aponta ainda que 2,398 milhões de pessoas foram afetadas de alguma maneira pela tragédia climática, o equivalente a 22,04% da população do estado que, segundo o recenseamento do Instituto Brasiliano de Geografia e Estatística (IBGE), de 2022, era de 10.882.965 pessoas.
Os impactos das inundações causaram danos em 478 dos 497 municípios gaúchos, ou seja, 96,18% do totalidade. No vértice da crise climática, o estado contabilizou mais de 626 milénio pessoas que tiveram que desistir suas casas de forma temporária ou definitiva e que buscaram moradia em lares de parentes, amigos ou em abrigos emergenciais.
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Imagem aérea de sobrevoo do presidente Lula em Canoas (RS)
(Imagem aérea de sobrevoo do presidente Lula em Canoas (RS))
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Homens movem pacotes em um paquete através de uma rua inundada no meio histórico de Porto Satisfeito, no estado do Rio Grande do Sul, Brasil, em 14 de maio de 2024. Crédito: Anselmo Cunha / AFP)
(Homens movem pacotes em um paquete através de uma rua inundada no meio histórico de Porto Satisfeito)
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Vista das áreas inundadas ao volta do estádio Redondel do Grêmio em Porto Satisfeito, no estado do Rio Grande do Sul, Brasil, tirada em 29 de maio de 2024. A chuva e a vasa tornaram os estádios e sedes do Grêmio e Internacional inoperáveis. Sem locais para treinar ou jogar futebol, os clubes brasileiros tornaram-se equipes itinerantes para evitar as enchentes que devastaram o sul do Brasil. (Foto de SILVIO AVILA / AFP)
(Vista das áreas inundadas ao volta do estádio Redondel do Grêmio em Porto Satisfeito)
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Vista aérea do meio de treinamento do Internacional ao lado do estádio Cercadura Rio em Porto Satisfeito, no estado do Rio Grande do Sul, Brasil, tirada em 29 de maio de 2024. Foto de SILVIO AVILA / AFP
(Vista aérea do meio de treinamento do Internacional ao lado do estádio Cercadura Rio em Porto Satisfeito)
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Pessoas atravessam uma ponte flutuante para pedestres sobre o rio Forqueta, entre os municípios de Lajeado e Arroio do Meio, no Rio Grande do Sul, Brasil, em 21 de maio de 2024. O Rio Grande do Sul experimentou um sinistro climatológico severo, destruindo pelo menos seis pontes e causando interrupções generalizadas no transporte. O tropa respondeu construindo pontes flutuantes para pedestres, uma solução temporária e precária para permitir que a infantaria atravesse rios durante conflitos. (Foto de Nelson ALMEIDA / AFP)
(Pessoas atravessam uma ponte flutuante para pedestres sobre o rio Forqueta)
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Ana Emilia Faleiro usa um paquete para transportar suprimentos em uma rua inundada em Porto Satisfeito, Rio Grande do Sul, Brasil, em 26 de maio de 2024. O estado sulista do Rio Grande do Sul está se recuperando de semanas de inundações sem precedentes que deixaram mais de 160 pessoas mortas, tapume de 100 desaparecidas e 90% de suas cidades inundadas, incluindo a capital do estado, Porto Satisfeito. (Foto de Anselmo Cunha / AFP)
(Ana Emilia Faleiro usa um paquete para transportar suprimentos em uma rua inundada em Porto Satisfeito)
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Um varão limpa sua moradia atingida pela enchente no bairro Sarandi, um dos mais atingidos pelas fortes chuvas em Porto Satisfeito, no estado do Rio Grande do Sul, Brasil, em 27 de maio de 2024. Cidades e áreas rurais no Rio Grande do Sul foram atingidas por semanas por um sinistro climatológico sem precedentes de chuvas torrenciais e enchentes mortais. Mais de meio milhão de pessoas fugiram de suas casas, e as autoridades não conseguiram estimar completamente a extensão dos danos. (Foto de Anselmo Cunha / AFP)
(Um varão limpa sua moradia atingida pela enchente no bairro Sarandi)
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Alcino Marks limpa corrimãos sujos de vasa depois a enchente no bairro Sarandi, um dos mais atingidos pelas fortes chuvas em Porto Satisfeito, no estado do Rio Grande do Sul, Brasil, em 27 de maio de 2024. Esta é a segunda enchente histórica que Marks enfrenta aos 94 anos de idade. A primeira foi em 1941, quando ele morava no meio de Porto Satisfeito. Cidades e áreas rurais no Rio Grande do Sul foram atingidas por semanas por um sinistro climatológico sem precedentes de chuvas torrenciais e enchentes mortais. Mais de meio milhão de pessoas fugiram de suas casas, e as autoridades não conseguiram estimar completamente a extensão dos danos. (Foto de Anselmo Cunha / AFP)
(Alcino Marks limpa corrimãos sujos de vasa depois a enchente no bairro Sarandi)
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(Um trabalhador usa uma mangueira de subida pressão para remover a vasa acumulada pela enchente)
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(Ruína no RS depois chuvas e enchentes)
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Vista da estátua de José e Anita Garibaldi na inundada Terreiro Garibaldi, no bairro Cidade Baixa, em Porto Satisfeito, no estado do Rio Grande do Sul, Brasil, tirada em 14 de maio de 2024. Foto de Anselmo Cunha / AFP
(Vista da estátua de José e Anita Garibaldi na inundada Terreiro Garibaldi)
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Resgate de pessoas afetadas pelas chuvas no Rio Grande do Sul, na Base Aérea de Santa Maria (RS).
(Resgate de pessoas afetadas pelas chuvas no Rio Grande do Sul, na Base Aérea de Santa Maria)
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Eduardo Leite: “Faremos de tudo para prometer que a reconstrução preserve nossas vocações”
(Eduardo Leite: “Faremos de tudo para prometer que a reconstrução preserve nossas vocações”)
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Imagem aérea de sobrevoo do presidente Lula em Canoas (RS)
(Imagem aérea de sobrevoo do presidente Lula em Canoas (RS))
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(Imagem aérea da devastação no Rio Grande do Sul – Força Aérea Brasileira/Reprodução)
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Vista aérea mostrando a estrada ERS-448 inundada em Canoas, no estado do Rio Grande do Sul, Brasil, em 13 de maio de 2024. Foto de Nelson ALMEIDA / AFP
(Vista aérea mostrando a estrada ERS-448 inundada em Canoas)
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(Vista aérea mostrando a estrada ERS-448 inundada em Canoas, no estado do Rio Grande do Sul)
Desastres ao volta do mundo
O relatório da Aon também revela que desastres naturais ao volta do mundo causaram perdas econômicas que ultrapassaram US$ 117 bilhões no primeiro semestre deste ano. O valor representa uma redução em relação à média do século XXI, que foi de US$ 137 bilhões, e uma queda de 48,24% em verificação com os prejuízos registrados no mesmo pausa de 2023, que totalizaram US$ 226 bilhões.
No primeiro semestre de 2024, a vazio de cobertura de seguros diminuiu para 50%, o que equivale a aproximadamente US$ 59 bilhões. Isso significa que metade dos prejuízos causados por danos de tempestades severas foi coberta por seguros, o que é uma das taxas mais baixas já registradas — a redução ocorreu devido aos altos valores pagos pelos seguros para ressarcir os danos causados pelos eventos climáticos.
“É crucial que a indústria de seguros continue seus esforços para aumentar os níveis de seguros nos mercados emergentes, fornecendo não exclusivamente capital e capacidade, mas também dados e análises avançadas para qualificar e quantificar o risco e, em última instância, tomar melhores decisões”, afirma Isabel Blazquez Solano, CEO de Resseguros da Aon no Brasil.
Em nível global, as perdas econômicas cobertas por seguros nos primeiros seis meses deste ano alcançaram pelo menos US$ 58 bilhões. Esse valor é maior do que a média observada ao longo do século XXI, que foi de US$ 39 bilhões, mas subordinado aos últimos três anos, quando as perdas seguradas no mesmo período ultrapassaram US$ 60 bilhões.
Outrossim, o totalidade de fatalidades causadas por desastres naturais foi estimado em mais de 6.000 pessoas — o número é significativamente subordinado às médias históricas de longo prazo e representa o menor índice desde 2020.