
Candidato opositor venezuelano lamenta decisão do TSE de suspender missão à Venezuela
O principal candidato opositor nas eleições presidenciais venezuelanas, o diplomata reformado Edmundo González Urrutia, lamentou nesta quinta-feira a decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) do Brasil de cancelar o envio de uma missão a seu país para observar as eleições presidenciais do próximo domingo.
Em coletiva ao lado da líder opositora María Corina Machado, principal figura da campanha da oposição venezuelana, González Urrutia afirmou que a decisão do TSE era “um sinal ruim”.
“Teríamos gostado de relatar com sua presença [do TSE]… é um sinal ruim”, declarou o candidato, no dia em que encerrará sua campanha, também com María Corina, na capital venezuelana.
González Urrutia também lamentou que o governo de Nicolás Maduro tenha desconvidado o ex-presidente prateado Alberto Fernández por declarações que o Palácio Miraflores considerou hostis sobre o processo eleitoral venezuelano. Em sintonia com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o ex-chefe de Estado prateado disse que Maduro deverá reconhecer o resultado que for anunciado pelo Recomendação Pátrio Eleitoral (CNE).
Ao confirmar sua decisão, o TSE disse que a missão foi cancelada “em face de falsas declarações contra as urnas eletrônicas brasileiras, que, ao contrário do afirmado por autoridades venezuelanas, são auditáveis e seguras, o Tribunal Superior Eleitoral não enviará técnicos para atender invitação feito pela Percentagem Pátrio Eleitoral daquele país para escoltar o pleito do próximo domingo”.
Horas antes, Maduro dissera num comício no interno da Venezuela que as eleições no Brasil eram “inauditáveis”, arguição que aumentou a tensão entre os dois governos e os dois presidentes. O venezuelano ficou irritado em seguida Lula declarar que ficou assustado com a prenúncio de Maduro de que haverá um “banho de sangue” se não vencer a eleição, afirmando, sem citá-lo nominalmente, que o brasílio deveria “tomar um chá de camomila”.
A relação entre Venezuela e Colômbia também vive momentos de tensão, o que desperta dúvidas sobre até que ponto os presidentes Lula e Gustavo Petro poderão contribuir em eventuais situações de conflito em seguida a eleição de domingo.
Antes da coletiva desta quinta, González Urrutia e María Corina assinaram um documento intitulado “O espírito de 28 de julho”, no qual assumiram vários compromissos, entre eles a procura de consensos: “A transformação do país exigirá a construção de um grande consenso pátrio sobre questões sensíveis. Neste sentido, nós que participamos do processo de democratização da Venezuela devemos promover acordos políticos e sociais que nos permitam prosseguir com destreza e eficiência rumo às soluções duradouras e estáveis que o nosso país exige. Estamos empenhados em promover uma dinâmica política de acordos que fortaleçam a nossa cultura democrática.”
Perguntada sobre um eventual triunfo de Maduro, a líder opositora insistiu em que todas as pesquisas apontam a vitória de González Urrutia e alertou: “Vamos relatar voto por voto.”