Sabedoria indígena e financiamento sustentável: as estratégias para uma infraestrutura resiliente

“A COP30 vai ser a Conferência do Clima com maior participação popular e maior participação indígena da história”, afirma a ministra dos povos indígenas Sonia Guajajara. A enunciação fez segmento da sua introdução durante o evento Brasil Rumo à COP30, realizado pela Editora Mundo em parceria com o Grupo CCR. O encontro contou com a presença de outras vozes marcantes na proteção ambiental, porquê o climatologista Carlos Sublime, a diretora do juízo da Instalação SOS Mata Atlântica, Marcia Hirota, e o ministro dos transportes, Renan Rebento.

De entendimento com Guajajara, o momento vivido agora é de preocupação. “Há anos que vamos em discussões e conferências sobre o clima e o que vemos hoje é que não conseguimos melhorar o que precisávamos. Vamos para a COP29 e COP30 com a sede de reduzir a temperatura global em 1,5ºC, mas se zero for feito, vamos ultrapassar os 2ºC”, conta.

A ministra ainda defendeu que os próximos projetos ambientais em discussões globais levem em consideração os de povos originários. Em sua fala, Guajajara também defendeu que a transição por uma economia verdejante seja inclusiva com todos os povos. “Não temos mais tempo para negacionismo. As grandes empresas podem assumir protagonismo na construção de um novo padrão econômico que se apoie na sustentabilidade, com os povos indígenas porquê segmento da solução”, conta.

O climatologista Carlos Sublime também deu atualizações sobre a sua luta para erguer o ‘MIT da Amazônia’, um instituto de pesquisa e tecnologia avançada centrado no bioma. “Desenvolvemos cinco polos de inovação unindo todos os países com territórios amazônicos, não só no Brasil. O padrão deve seguir porquê o que é ensinado no Instituto Tecnológico de Aviação e no Instituto de Tecnologia de Massachusetts, mas envolvendo conhecimentos e ciências indígenas”, explica.

Segundo Sublime, o projeto já conta com a participação de cinco pesquisadores indígenas — entre eles, mulheres líderes de comunidades locais — para casar conhecimentos locais a temas porquê florestas, águas, infraestrutura sustentável e restauração de áreas desmatadas. O objetivo é que até 2025 já estejam firmados acordos com outros países para o desenvolvimento do núcleo de estudos entre as nações amazônicas.

A ministra Sonia Guajajara comentou a preço de reconhecer e levar em conta os saberes indígenas durante pesquisas que tratem dos biomas e da sustentabilidade. Em maio, o Brasil assinou um tratado da Organização Mundial de Propriedade Intelectual que visa respeitar o patrimônio e conhecimentos de povos indígenas e comunidades tradicionais.

“Muitos povos indígenas já comercializam seus produtos e tecnologias e trabalham diretamente com empresas, mas as companhias precisam considerar o recta à propriedade intelectual. O entendimento que assinamos é importante para prometer o saudação ao conhecimento próprio dos indígenas. Já estamos nos diálogos, queremos produzir e produzir em graduação, gerar renda e pensar soluções com sustentabilidade”, afirmou a ministra.

ESG é dificuldade para setor, segundo KPMG

Incluir a sustentabilidade nas decisões de negócio ainda é uma dificuldade para o setor de infraestrutura, aponta uma pesquisa da consultoria KMPG divulgada com exclusividade à EXAME. 55% dos executivos da extensão afirmam que principal tropeço da empresa é se apropriar às iniciativas ligadas ao meio envolvente, responsabilidade social e governança corporativa.

A pesquisa aponta que 40% dos líderes veem as mudanças regulatórias ligadas à sustentabilidade porquê maior duelo, e 30% apontam que mensurar o impacto do ESG é o principal empecilho. Os respondentes ainda detalharam que os principais objetivos ligados ao tema são: reduzir os efeitos negativos da sua atuação (53%), gerenciar melhor os riscos e impactos financeiros e de reputação (44%) e adotar tecnologias mais limpas (33%).

“A indústria de infraestrutura é uma das que mais afeta diretamente o dia a dia da população e, por isso, uma das mais impactadas pelos aspectos ESG. A pesquisa mostrou que os líderes vêm realizando esforços para confederar esses aspectos ao padrão operacional das empresas, apesar de questões porquê regulação e mensuração do impacto que precisam ser superadas nessa jornada de transição energética”, afirma a sócia-diretora do segmento de infraestrutura da KPMG no Brasil, Tatiana Gruenbaum.

Repensar a infraestrutura brasileira e as construções ligadas ao transporte a partir das mudanças climáticas extremas foi tema de discussões de outros painéis, que contaram com a presença de Luciana Costa, diretora de infraestrutura, transição energética e mudança climática do BNDES, e Miguel Setas, CEO do Grupo CCR.

Para Costa, o Brasil discute pouco os planos para adaptação e resiliência climática, apesar dos investimentos no tema estarem em subida. “O Fundo Clima é um dos instrumentos de primazia desse governo. No ano pretérito, atingimos quase R$ 900 milhões em desembolsos, e é uma das grandes oportunidades para adaptação e resiliência na infraestrutura, mas o combate ao desmatamento também tem segmento importante nisso”, conta. Segundo a diretora, uma parcela grande dos desabamentos em rodovias ocorre em função do desmatamento nas encostas ou no topo de montanhas próximas.

Setas relatou sobre a experiência da CCR durante a recuperação da tragédia climática no Rio Grande do Sul. “Tivemos muitos aprendizados dessa crise. Esperamos que a próxima não seja tão possante, mas estamos preparados para enfrentá-la”, conta.

Neste ano, a CCR anunciou um projecto de resiliência climática que deve atingir todas as unidades de negócio até 2025, buscando preparar as operações em estradas, aeroportos e linhas de metrô e trens. Depois a identificação de 27 pontos de risco, o investimento no projecto já ultrapassou os R$ 200 milhões, além de mais de R$ 305 milhões na proteção de encostas próximas as suas estradas.

Financiamento sustentável

Pedro Sutter, vice-presidente de sustentabilidade, risco e compliance da CCR, afirma que os investimentos buscam preparar a empresa para entender qual o cenário ambiental deve enfrentar nos próximos anos. “Estamos em um momento de incerteza sobre o impacto porvir dos eventos climáticos. Hoje estamos com um cenário que pode mudar completamente em cinco anos, provavelmente para pior”, conta. “Esse processo envolve todos os nossos públicos, incluindo as comunidades próximas das nossas operações para que a infraestrutura seja inclusiva com elas também. Até o próximo ano, nosso movimento é de escutar a comunidade para formular esse projecto precisamente.”

O CEO da concessionária ainda contou sobre outros instrumentos fundamentais para o desenvolvimento de projetos de infraestrutura resiliente às mudanças do clima, porquê debentures incentivadas. Os títulos privados permitem que as empresas captem recursos no mercado para financiar projetos de mobilidade urbana, saneamento fundamental e iluminação. “Fizemos um pregão com o BNDES e o Governo Federalista da maior debenture incentivada até o momento, com quase R$ 11 bilhões direcionados às obras do trecho RioSP (BR101 e rodovia Dutra)”, explicou.

Luciana completou que projetos de finanças sustentáveis geram benefícios em todas as áreas e que são necessários mais incentivos para encanar capital para obras de infraestrutura resiliente, de adaptação e que contribuam com a redução de emissões de carbono.

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