Chilenas Codelco e SQM criarão empresa gigante de lítio

Rodrigo ARANGUA

A estatal chilena Codelco, maior produtora mundial de cobre, e a SQM, uma das principais produtoras de lítio do planeta, selaram nesta sexta-feira (31) um negócio para a geração de uma gigantesca empresa de exploração de lítio, metal fundamental para a transição energética.

A associação pretende expandir a exploração no Salar do Atacama, no setentrião do Chile, considerado o melhor lugar do mundo para a extração de lítio, e deverá entrar em vigor “nos primeiros meses de 2025”, informaram em transmitido.

O Chile é o segundo maior produtor mundial deste metal ligeiro que é utilizado em baterias de carros elétricos e é considerado fundamental para deixar para trás os combustíveis fósseis e tentar frear a mudança climática.

O negócio se estenderá por 35 anos, de 2025 a 2060.

Na confederação entre Codelco e SQM, a estatal terá 50% das ações mais uma, mas a mineradora privada terá maior número de votos no parecer nos primeiros anos e decidirá porquê o negócio será governado. A partir de 2031, a Codelco terá maioria no parecer de governo e dirigirá a gestão.

Com esta associação, o Chile procura restabelecer a liderança mundial na produção de lítio, que a Austrália lhe tirou em 2016.

“Faremos isso porquê parceiros da SQM, uma empresa chilena que possui a graduação, a experiência técnica e humana, os recursos financeiros e a rede de comercialização que necessitamos para não perder as oportunidades que hoje nos são oferecidas”, disse o presidente da Codelco, Sumo Pacheco, citado no transmitido.

Com a novidade confederação, entre 2025 e 2030, muro de 300 milénio toneladas extras de lítio serão adicionadas à produção que a SQM antecipa hoje. No ano pretérito, esta empresa produziu 169 milénio toneladas do metal.

Entre 2031 e 2060, a produção anual de lítio da empresa deverá estabilizar entre 280 milénio e 300 milénio toneladas.

O projeto aumentará consideravelmente a produção de lítio do Chile. Em 2022, foram produzidas no país 243 milénio toneladas do chamado “ouro branco”.

– Conformidade com controvérsias –

A associação é segmento mediano da Estratégia Vernáculo do Lítio anunciada há um ano pelo governo do esquerdista Gabriel Boric, que considera expandir a exploração desse metal por meio de uma parceria público-privada em diversas salinas do país.

Para estugar o processo e aproveitar a janela de oportunidade ensejo em seguida o aumento da demanda global deste metal, o governo Boric rejeitou a opção de convocar um concurso internacional para expandir a extração no Salar do Atacama e optou por uma abordagem direta e tratamento reservado com a SQM.

Segundo a Codelco, com nascente negócio o Estado chileno receberá entre 2025 e 2030 muro de 70% da margem operacional gerada pela novidade produção, e a partir de 2031, 85% dessa margem.

No Chile, o lítio é considerado um mineral “estratégico” e só o Estado pode comandar a sua produção.

Desde 1993, a SQM explora o Salar do Atacama. O seu contrato com o Estado expirou em 2030, e a possibilidade de prorrogação foi a sua motivação para selar nascente negócio. Esta associação, no entanto, gerou polêmica já que a SQM é uma empresa controversa no Chile.

Durante a ditadura de Augusto Pinochet (1973-1990) foi privatizada e seu portanto genro, Julio Ponce Lerou, assumiu o controle da empresa. A SQM foi sancionada anos depois por não executar os termos do contrato de arrendamento do Salar do Atacama e por financiar irregularmente campanhas políticas.

O negócio selado nesta sexta-feira impede que o histórico controlador da SQM e ex-genro de Pinochet faça segmento do parecer de governo da empresa, por ter sido diretor de alguma das companhias envolvidas durante mais de 10 anos.