CVC (CVCB3) lidera ganhos do Ibovespa após primeiro lucro em 20 trimestres

As ações da CVC (CVCB3) lideram os ganhos do Ibovespa nesta quarta-feira, 13, com subida de 4,25%, a R$ 2,21. A potente valorização ocorre em seguida a companhia registrar seu primeiro lucro trimestral desde 2020. No balanço do terceiro trimestre, divulgado na noite anterior, a CVC reportou lucro líquido de R$ 14,4 milhões, revertendo o prejuízo de R$ 87,5 milhões no mesmo período do ano pretérito.

A empresa também registrou uma geração de caixa operacional de R$ 118 milhões, uma melhora de R$ 209 milhões em relação ao ano anterior. A redução de 30,4% nas despesas operacionais contribuiu significativamente para a recuperação dos resultados.

O refinanciamento das debêntures trouxe maior flexibilidade financeira, extensão de prazos de pagamento e redução de custos. As despesas financeiras anuais caíram R$ 20,4 milhões, para R$ 76,6 milhões. O prejuízo financeiro foi de R$ 42,8 milhões, 28,7% inferior do mesmo período de 2023.

No Brasil, o segmento B2C registrou um aumento de 10% nas reservas confirmadas, impulsionado pela brecha de 72 novas lojas. A CVC também aposta na expansão na Argentina, onde abriu 18 lojas no trimestre, visando uma recuperação econômica lugar. Apesar do cenário provocador, o EBITDA da operação argentina foi positivo em R$ 6,5 milhões, contribuindo para o lucro consolidado. No Brasil, o EBITDA cresceu 60%, alcançando R$ 118 milhões.

As reservas confirmadas somaram R$ 3,684 bilhões no trimestre, uma queda de 2%, enquanto as reservas consumidas caíram 1%, para R$ 3,866 bilhões. Excluindo o estado do Rio Grande do Sul, afetado por enchentes no 2T, as reservas consumidas no Brasil teriam desenvolvido 9% ano a ano.

“A CVC continua a apresentar uma tendência de extenuação nas reservas, mas tem conseguido melhorar a rentabilidade operacional. Posteriormente atingir o ponto mais grave em 2020 e 2021, a CVC pode se beneficiar da recuperação na demanda por viagens, enquanto explora seus fortes relacionamentos de longo prazo com o setor hoteleiro e as companhias aéreas”, apontam analistas do BTG Pactual, do mesmo grupo controlador da Examinação.

Ação pode subir mais?

O BTG Pactual mantém preço-alvo de R$ 3 para a ação da CVC e recomendação “neutra”, devido aos “grandes desafios primeiro, porquê o processo de desalavancagem e a competição com as OTAs, as agências de viagens online”.

Por outro lado, os analistas do Itaú BBA estão mais otimistas, com preço-alvo de R$ 5,10 por ação. A previsão é de aceleração no incremento das reservas, impulsionada pela recuperação gradual na Argentina, reabertura do aeroporto no RS e expansão de lojas, que amplia a capilaridade da marca. A recente regeneração da dívida, com extensão do prazo de amortização, fortalece ainda mais a segurança financeira da empresa, permitindo foco em incremento.

Mesmo com a subida de hoje, as ações da CVC acumulam queda de 24% no ano e uma perda de 94% desde o início de 2020.

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