Brasil na COP29: Alckmin otimista, discurso protocolar e repetido

*De Baku

Antes mesmo de sua participação na programação solene de discursos dos representantes dos países participantes da COP29, Geraldo Alckmin falou no pavilhão do Brasil. A sala lotada entrou na vaga muito humorada do vice-presidente, que arrancou palmas e risas ao encetar contando que no dia anterior resolveu uma palavra-cruzada com ajuda de Sonia Guajajara, ministra dos Povos Indígenas presente na delegação e no palco.

A pergunta no jogo era sobre o que a ministra usava na cabeça. A resposta? Cocar. A partir de portanto, o representante solene do Brasil seguiu com um oração otimista e protocolar, sobre a honra de apresentar, nesta COP, a Imposto Nacionalmente Determinada (NDC) do país. Nas palavras do vice-presidente, conforme a nota enviada dias antes pelo governo, “a meta reflete a mais subida cobiça do país, com compromisso de redução de emissões de até 67% até 2035, comparada ao ano de 2005”.

Alckmin salientou ainda, em risca com o que disse minutos antes a ministra Marina Silva, que “nossa NDC é muito mais do que simplesmente uma meta de redução de emissões para 2035, pois considera a visão de um país determinado a ser protagonista da novidade economia global, com energias renováveis, combate à desigualdade e comprometimento com o desenvolvimento sustentável”.

Pouco mais de meia hora mais tarde, basicamente as mesmas palavras – sem a piada do cocar, simples – foram repetidas no dicurso que fez no chamado segmento de eminente nível, espaço de negociação e diplomacia, onde os estados-nações representam suas posições individuais e articuladas.

Nem meta revisada, nem presidência da COP

Em atendimento à prelo logo depois a fala solene, não houve detalhamento da suposta revisão na (NCD), já que a meta anunciada rendeu muitas críticas ao governo. O recado parece ter sido pretérito mais cedo, durante o oração solene, quando o vice-presidente pontuou que a meta embora ambiciosa, é também factível. E para a prelo, reiterou que entregam uma NDC “importante e bastante ousada”.

Faltou ainda responder uma das perguntas mais frequentes nos bastidores, entre especialistas, executivos e ambientalistas: quem presidirá a COP30. Uma natividade ouvida por EXAME há algumas semanas ponderou que a definição está bastante atrasada, pois costuma ser divulgada tão logo o país sede se confirma porquê anfitrião.

No caso do Brasil, que em exatamente um ano recebe a cúpula do clima em Belém, os nomes cotados são os de Ana Toni, secretária de Mudança do Clima do Ministério de Meio de Envolvente (MMA), e do mensageiro André do Lago, que recentemente chefiou a delegação brasileira na COP16. O próprio vice-presidente é outro nome na bolsa de apostas.

Ao meio, Ana Toni, secretária de mudança do clima do Ministério do Meio-Envolvente, durante participação da delegação brasileira no pavilhão do país, na COP29. (Lia Rizzo/Vistoria)

No entanto, a julgar pelos muitos elogios e agradecimentos a Ana nominalmente, que acompanha a delegação e foi citada tanto por Alckimin quanto por Marina Silva, é verosímil que a secretária esteja em posição de vantagem. Questionada por EXAME na saída da plenária do segmento de eminente nível, a ministra respondeu exclusivamente que o pregão será feito em momento oportuno.

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