COP29 começa em Baku, no Azerbaijão: o que está em jogo?

Tensões geopolíticas, guerras e instabilidade energética, eleições americanas e um país-sede favorável a indústria de combustíveis fósseis marcam a 29ª Conferência do Clima da Organização das Nações Unidas (COP29) deste ano, em Baku, no Azerbaijão. E o cenário questionável desperta um sentimento universal de uma “COP esvaziada” e que talvez não avance com a sede necessária para o tamanho do repto da crise climática.

O mesmo tom de “desesperança” aumentou com a vitória de Donald Trump nas vésperas do principal evento de clima do mundo, se somando ao veste do atual presidente Joe Biden ter sinalizado não participar das discussões, e enviando John Podesta para simbolizar a delegação dos EUA — o atual maior emissor de gases de efeito estufa, na frente inclusive da China.

A COP do clima é o espaço para negociações e ações de combate à mudança climática e reúne anualmente desde 1995 os mais de 190 países membros da ONU, trazendo porquê setentrião um tema meão. Em sua 29º edição, acontece de 11 a 22 de novembro, e está sendo conhecida porquê “COP do financiamento”.

Ricardo Assumpção, sócio líder de sustentabilidade e CSO LATAM da EY, disse em entrevista à EXAME que esta COP tem uma posição delicada, pois faz secção de uma combinação das três COPs e fica entre as duas: Dubai (COP28), Baku e Belém (COP30).

Segundo o profissional, a expectativa é que ela seja  30% menor do que a do ano pretérito em Dubai. “Há um motivo: é novamente em um país que tem porquê principal matriz energética o combustível fóssil, ao mesmo tempo em que há um tratamento de transição para fontes limpas com muito foco em financiamento”, explicou. 

Ou por outra, ele destaca um “momento muito crítico” nesta que antecede a do Brasil, por ser a primeira a romper o limite de 1,5º do Combinação de Paris e posteriormente uma série de recordes nas emissões globais. 

Embora o cenário desanime, Natalie Unstell, presidente do Talanoa, destacou à EXAME que é muito importante entender que não existe vácuo na política climática internacional. “Não dá para não sobrevir zero e pensar que no ano que vem, tudo se resolve. Se tivermos um mau sinal vindo lá de Baku, pode afetar o regime porquê um todo e deixar o Brasil, com uma ‘batata quente’ na mão na COP30 em Belém“, disse. 

Mas enfim, o que está em jogo? 

O foco será no alcance de uma meta atualizada de financiamento climatológico, ou seja, em porquê fornecer e destravar mais e melhores recursos financeiros para o clima aos países em desenvolvimento e comunidades mais vulneráveis.

Os beneficiados seriam justamente os atores que menos contribuem com a crise climática, mas os que mais sofrem, os ajudando a investir em soluções de descabonização, energias renováveis e medidas de adaptação para tornar as cidades mais resilientes aos eventos climáticos extremos cada vez mais frequentes. E quem pagaria esta conta? Os países desenvolvidos e maiores emissores globais, dentro de uma lógica de (in)justiça climática e “dívida”. 

Em 2009, durante a COP em Copanhague, na Dinamarca, as nações ricas se comprometeram a financiar US$ 100 bilhões por ano a partir de 2020. Mas não só oriente prazo foi perdido por dois anos e suplantado unicamente em 2023, porquê também é insuficiente para a implementação de ações concretas, reiterou Natalie.

Segundo a profissional, a expectativa é terminar a COP29 com um convénio que fosse realmente um sinal poderoso e transformador para o financiamento climatológico, com uma quantia definida na mansão dos trilhões de dólares e com metas de qualidade, voltadas também a questão da adaptação.

“O que vai definir o sucesso ou não dessa COP é esta decisão coletiva quantificada global. É a hora dela. E, ao mesmo tempo, existe todo um temor de que não seja provável chegar a um consenso”, acrescentou. 

Ricardo complementou que espera caminhos mais concretos em relação a metas financeiras e a combinação de recursos publicos e privados para que alcancem em próprio o sul global.

“O convénio anterior não aconteceu e precisa ser discutido de forma muito clara. Porquê vamos chegar onde precisamos e preencher os vazios? É necessário transpor da COP29 com preceito, transparência e definição”, destacou. 

Neste sentido, também há uma expectativa de que seja finalizado o mercado de carbono global, contemplado pelo item 6 do Combinação de Paris. 

Em um planeta cada vez mais quente e mais longe de entender a meta de limitar o aquecimento a 1,5ºC de temperatura, também há a enorme premência das nações aumentarem a sede e revisarem suas Metas de Emissões e Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDCs).

A mitigação ou redução das emissões, segue sendo peça-chave, e o Brasil está se posicionando porquê um dos primeiros prováveis a anunciar sua NDC, já em Baku. No universal, estas podem ser definidas até fevereiro de 2025 e estipulam metas até 2035. 

Um pouco antes da COP29, a ONU lançou o Relatório sobre a Vazio de Emissões 2024  e alertou que o mundo está a caminho de um aumento de temperatura de 2,6°C a 3,1°C neste século se não houver mobilização drástica e rápida, podendo levar a consequências catastróficas ao planeta. E para satisfazer o Combinação de Paris, as nações teriam que reduzir 42% das emissões anuais de gases estufa até 2030. 

A transição energética e a meta de triplicar as energias renováveis até 2030 é um dos principais caminhos para a descabonização, em contramão ao uso de combustíveis fósseis altamente poluentes.

Para sustar os efeitos mais severos do aquecimento global, a adaptação climática também é peça-chave e precisa ser inclusa nas metas financeiras, visando a construção de cidades mais resilientes.

“Eventos extremos têm nos mostrado que precisamos nos apropriar e tem pego empresas e governos de surpresa, pois o dispêndio é cima. Enchentes, ondas de calor, secas estão acontecendo no mundo inteiro e há muitos impactos, também na produção de vitualhas”, destacou Ricardo. 

Outro ponto de atenção, segundo ele, é a premência de que os recursos do fundo de perdas e danos sejam direcionados para ampliarem projetos relacionados ao uso da terreno, restauração florestal, sistemas alimentares e agronegócio.

“Há também a intersecção de biodiversidade e mudanças climaticas, o que é um estampa para a COP30 e uma grande oportunidade para o Brasil“, frisou. 

Privação de líderes e figuras importantes

Alguns chefes de estado e líderes não devem comparecer na COP29 e irão enviar representantes, porquê é o caso do presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, e o próprio presidente Lula, representado por Geraldo Alckmin e uma comitiva brasileira ainda não definida.

O novo presidente americano Donald Trump não mencionou se irá estar presente e já sinalizou querer a saída dos EUA do Combinação de Paris em seu segundo procuração. 

Também estarão ausentes o presidente Xi Jinping, da China, o primeiro-ministro da Índia, Narendra Modi, a presidente da Percentagem Europeia,Ursula von der Leyen e o primeiro-ministro da Alemanha,Olaf Scholz. 

Temas centrais da COP29

  • Financiamento climatológico;
  • Mitigação das emissões globais e revisão das metas climáticas ou Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDCs) dos países;
  • Adaptação climática;
  • Transição energética para fontes renováveis;

Mostrar mais

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Botão Voltar ao topo
Fechar

Adblock detectado

Por favor, considere apoiar-nos, desativando o seu bloqueador de anúncios