Renner vem bem no terceiro trimestre – mas não tão bem quanto se esperava

Seguindo uma tendência no varejo de tendência, o balanço da Renner trouxe uma melhora relevante no terceiro trimestre. A receita de varejo cresceu 12%, enquanto a Realize, seu braço financeiro, voltou ao campo positivo, com proveito de R$ 58 milhões.

O lucro bateu com sobra as expectativas de mercado, avançando 48%, para R$ 255,3 milhões. Mas não foi suficiente para evitar um revés na Bolsa.

As ações despencam 6% nesta sexta-feira, num dia difícil para o Ibovespa, numa espécie de reprise do filme visto ontem com as concorrentes Guararapes (dona da Riachuelo) e C&A. Os números das duas varejistas de tendência também mostraram potente prolongamento e superaram o consenso, mas os papéis caíram 12% e 8% respectivamente.

No caso da Renner, especificamente a régua estava mais subida. As vendas mesmas lojas subiram 11,5%, em risca com o piso das expectativas do sellside que chegavam a até 13%.

No buyside, por sua vez, havia quem falasse em um tanto supra dos 15%. O indicador ficou supra da Guararapes, onde subiu 10%, mas inferior da C&A, que avançou 18%.

“O SSS foi muito bom a e companhia registrou números recordes de venda por metro quadrângulo e proveito de margem bruta muito potente”, diz um gestor comprado no papel.

Em meio a essa melhora universal no setor, ainda é difícil colocar o dedo no quanto a melhoria dos números pode ser atribuída à maior assertividade permitida pelo núcleo de distribuição de Cabreúva, apontam analistas.

Um dos principais investimentos da companhia, o CD opera no protótipo de push-and-pull, com fornecimento das lojas de consonância com cada SKU (cor e protótipo), em vez de pacotes fechados, o que, em teoria, reduz a premência de promocionamento e aumentar a assertividade do sortimento em loja.

Depois de vários atrasos, neste ano, o CD finalmente está operando a 100% da capacidade.

O progresso nas vendas e o proveito de rentabilidade tem a ver com a reformulação do protótipo da companhia, o que inclui, além do CD, ferramentas de perceptibilidade sintético e maior exposição a produtos da categoria de ingresso – principalmente competitivos com as plataformas de cross border.

“Os ganhos de produtividade e eficiência nos permitem vender mais, atingir mais clientes, mas sem furar mão da rentabilidade, sem precisar fazer markdown”, diz o CEO Fabio Faccio em entrevista ao INSIGHT.

De consonância com ele, o segundo trimestre já havia sido um ponto de inflexão e o terceiro consolidou as melhorias. Agora, a margem bruta deve continuar crescente e não só se igualar a patamares históricos, mas até mesmo superá-los em médio a longo prazo.

Os estoques cresceram 2%, o que não chega a ser um ponto de preocupação. A companhia havia feito um intenso trabalho de redução um ano antes.

“Prolongamento de venda com prolongamento muito menor de estoque é uma alavanca, muito porquê o nosso lead time que chegou ao menor já registrado com o CD operando a 100%”, diz Faccio.

A companhia também intensificou o trabalho de proveito de eficiência, controlando despesas, observa Daniel Santos, CFO. Enquanto a receita cresceu mais de 12%, as despesas avançaram em patamar muito subalterno, a 6,4%.

Uma melhora no ciclo financeiro permitiu a geração de caixa da ordem de R$ 412 milhões, registrando um caixa livre de R$1,4 bilhão ao término do trimestre. Uma proteção, frisa o CEO, num envolvente de juros altos.

Ainda, assim, os planos de expansão ganharam força. “Nossa prioridade é investir em expansão e reforma de lojas e seletivamente na plataforma do dedo, para evolução da jornada do cliente”, diz o CFO.

A compra de novas marcas também não está descartada. “Seguimos acompanhando marcas do mercado, que possam associar ao nosso entendimento de lifestyle e tendência.”

Em 12 meses, a ação acumula subida de 26%, negociada a R$ 16,83.

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