
Logística inteligente é essencial para superar desafios climáticos no agronegócio, dizem executivos
O Brasil está diante de uma safra recorde — mais uma vez. E, novamente, um tema se sobrepõe: a logística para escoar as 322 milhões de toneladas de grãos estimados. Dar direcção a uma das maiores produções agrícolas sempre será uma questão, mas o país precisa se planejar para prometer que a safra não fique pelo caminho. Em peculiar com os eventos climáticos extremos, cada vez mais comuns, que podem afetar as lavouras de setentrião a sul.
“A logística brasileira precisa se antecipar aos problemas para prometer um escoamento eficiente, mormente em um cenário de incerteza climática”, afirmou nesta segunda-feira, 4, Pedro Palma, CEO da Rumo, durante o AgroForum BTG.
De consonância com ele, é forçoso desenvolver uma logística eficiente e inteligente para enfrentar as condições climáticas variáveis que têm afetado o Brasil nas últimas safras.
Além da infraestrutura logística, é fundamental um sistema de armazenagem de grãos que funcione de forma precisa e que contemple as necessidades do produtor. Nesse sentido, Bernardo Nogueira, CEO da Kepler Weber, acredita que a principal dificuldade enfrentada pelos agricultores é a falta de financiamento para armazenagem.
Segundo Nogueira, o Brasil continua crescendo e possui os fundamentos necessários para manter essa trajetória, mas o progressão exige mais investimentos. Atualmente, o déficit de armazenagem no país é estimado em 120 milhões de toneladas.
“Em momentos de menor liquidez, porquê o que estamos vivenciando agora, o produtor precisa de financiamento. Para nós, nesse momento, o maior repto não é climatológico”, disse Nogueira, reforçando a valor de recursos financeiros para prometer a sustentabilidade e eficiência da cárcere logística.
Propagação do agro brasílico
Além dos desafios de escoamento e armazenagem, o desenvolvimento do agronegócio brasílico tem impulsionado uma demanda cada vez maior por uma profissionalização do setor. Para Luiz Dumoncel, CEO da 3 Tentos, “o agro é uma das vocações do Brasil e isso exige um setor cada vez mais profissionalizado e com maior qualidade. Nosso principal competidor está lá fora”, disse o CEO.
O Brasil deve atingir um recorde na produção de grãos na safra 2024/25, com uma estimativa de 322,47 milhões de toneladas. Caso se confirme, esse volume representará um aumento de 8,3% em relação à safra anterior, de consonância com a Companhia Vernáculo de Fornecimento (Conab).
Segundo Dumoncel, diante da possibilidade de recordes na atual temporada, tanto na produção de soja quanto de milho, as empresas precisam investir em soluções para o produtor, que normalmente mantém um ritmo de produção ao longo do ano.
Para o CEO, o cenário tem impulsionado a companhia a desenvolver estratégias que garantam a competitividade da produção durante todo o ano-safra. “Temos feito um movimento para que o produtor consiga comercializar o ano todo. Nosso principal competidor está lá fora”, afirmou Dumoncel.