A vida após Rony Meisler: Os planos do novo CEO da Reserva

Mudanças de comando são sempre complexas. Mas, no caso da Suplente, a saída de Rony Meisler – ainda que não completamente inesperada nos bastidores – trouxe um peso ainda maior.

Poucas empresas são tão ligadas à figura de seu fundador – que, no caso, não está deixando somente a função executiva, mas potencialmente a sociedade, o lock-up das suas ações se encerrando no termo deste ano.

“Quando cheguei, minha principal preocupação era manter a cultura”, afirma Ruy Kameyama, em sua primeira entrevista porquê CEO da AR&Co, unidade de negócio da Azzas que reúne, além de Suplente, marcas porquê Oficina, Simples e Baw, de streetwear.

“Rapidamente fiquei tranquilo por desculpa do time que está cá. Encontrei uma equipe fora de série, que tem o DNA das marcas, da companhia porquê um todo.”

Os oito diretores da AR&Co, que têm entre 8 e 14 anos de vivenda, passaram a se reportar a ele, agora amarrados a um novo projecto de retenção de longo prazo.

Nas últimas semanas, houve uma maratona de passagem de haste. Foram quatro convenções, com os 2 milénio funcionários, franqueados, fornecedores e multimarcas, em que Meisler fez pessoalmente a transmissão do missão para o novo CEO.

Ambos já eram conhecidos de longa data: Kameyama traz uma ampla bagagem no varejo, nos seus 16 anos na BR Malls, seis deles porquê diretor-presidente da companhia que se tornou uma das maiores administradoras de shopping centers no país e se fundiu com a Alliansce, formando a Allos, no primórdio de 2023.

Desde o ano pretérito, também sentava no recomendação do Grupo Soma e faz segmento do board da Azzas – um função que deve aglomerar pelo menos até o termo deste ano.

Ainda que os perfis dos dois sejam diferentes, Kameyama rechaça a epíteto de um executivo mais ‘financeiro’, e vê similaridades entre a BR Malls e o momento da Suplente.

“Sou uma pessoa de gestão e de liderar times. Na BR Malls, foi um processo de desenvolvimento depressa, de consolidação, gestão e integração. Muitos desafios são parecidos”, aponta.

A transição tem sido, suave, diz. As vendas de inverno 2025 para franqueados e multimarcas, que já estão sendo fechadas, mostraram um desenvolvimento de mais de 20% comparado com a mesma temporada deste ano.

“E isso já depois do proclamação da transição do Rony para essa novidade equipe. Acho que demonstra de uma forma inequívoca que os parceiros mais próximos têm crédito na marca, no time e nessa gestão que estamos conduzindo”, aponta.

Eficiência

Avante de um grupo que fatura R$ 1,6 bilhão e vem crescendo a taxa de dois dígitos altos nos últimos anos, Kameyama tem o repto de manter essa expansão, ao mesmo tempo em que lidera uma agenda de maior eficiência.

“Meu principal foco é desenvolvimento, inovação, resultado. Mas, respeitado isso, temos oportunidades de olhar para dentro, calcular as oportunidades que a graduação atual já nos permite e ao mesmo tempo aproveitar as sinergias que fazer segmento de uma plataforma porquê a Azzas”, diz.

Entre alguns investidores, há a percepção de que a Suplente poderia ser mais eficiente em termos de capital de giro e estoque, mas Kameyama minimiza essa questão. “Já ouvi essa conversa, mas o que encontrei foram métricas muito padronizadas, em risco com a média do mercado”, aponta.

Segundo ele, as possibilidades de evolução vêm principalmente da integração, com oportunidades em fornecedores em generalidade e evitar duplicidade em investimentos em tecnologia, por exemplo.

Nesse sentido, um dos frutos mais baixos é o uso da capacidade fabril da Hering, mormente em malharia – camisetas são o item mais relevante nas vendas da Suplente. “Em novembro e dezembro, já começamos segmento do fornecimento pela fábrica da Hering. A teoria é ir ajustando escalar em 2025”, afirma.

Novo possuidor – de novo

A compra pela Arezzo &Co, em 2020, já trouxe certa experiência do potencial da extração de sinergias. A mais óbvia delas foi a ingressão mais robusta no segmento de calçados.

No ano pretérito, a Suplente Go, marca de calçados do grupo, já faturou R$ 270 milhões, mais que o duplo de dois anos antes.

“Não só internalizamos a produção [dos calçados], mas principalmente aprendemos muito sobre o sell-in”, diz Joana Bittencourt, diretora de marketing das chamadas marcas ‘Pica-pau’, que nasceram a partir da Suplente.

Com uma fortaleza na experiência de loja e venda para o cliente final (o chamado sell-out), a AR&Co começou a tomar da nascente da experiência do grupo Arezzo com franquias e multimarcas – um estágio que se estendeu para todas as marcas.

Hoje, a empresa tem tapume de 100 franquias, que representam tapume de 10% do faturamento e a teoria é seguir escalando o padrão. “A maior oportunidade de desenvolvimento que temos hoje é em franquias”, diz Kameyama, que vê espaço para pelo menos 70 novas lojas, voltadas sobretudo para cidades de menor porte.

“Hoje estamos em 900 municípios no Brasil, já temos mais 300 mapeados, sobretudo em multimarcas e franquias”, diz.

O progressão passa por novas modalidades de lojas, porquê a franquia ‘light’, com menor metragem, sortimento e investimento por metro quadrângulo. Na mão oposta, a Suplente também vê espaço para expandir seu padrão de flagship, a Vivenda Suplente, que reúne todas as sub-labels num só espaço.

A unidade principiante, no Shopping Morumbi, já resultou num aumento de 76% nas vendas em relação ao padrão anterior, aponta o CEO. “Temos espaço para termos uma ou duas flagships em cada uma das grandes capitais. O interesse das administradoras de shoppings é muito grande.”

Marcas Pica-Pau

A extensão das linhas da Suplente é outro padrão que o CEO deve continuar apostando. Hoje, submarcas porquê Mini, Go e Reversa [de vestuário feminino] já representam um terço do faturamento.

Na semana passada, o grupo já lançou a Suplente Praia, em Trancoso, na Bahia, abastecida em grande segmento pelo suprimento de beachwear já disponível nas outras lojas, mas com uma novidade coleção exclusiva.

Outra aposta, já para o primórdio o ano, é de uma risco de athleisure, a interface entre voga, esporte e tecidos tecnológicos, com modelos que vão da ateneu ao trabalho.

“Acompanhamos muito as mudanças no lifestyle dos nossos clientes esse é definitivamente um nicho com potencial”, diz Kameyama. A teoria é lançar porquê corners dentro das lojas, e, a depender do sucesso, desdobrar num padrão de loja própria. “É quase porquê ter um laboratório dentro das lojas. São essas inovações que trazem sempre frescor para a Suplente.”

As ‘insurgentes’

Há ainda um grande potencial em novas marcas, aquelas que surgiram fora do universo da marca do pica-pau.

O destaque cá fica por conta da Oficina Suplente, empresa de alfaiataria e tecidos tecnológicos, mais premium.

Adquirida em 2018 unicamente porquê ecommerce, ela saiu de um faturamento de R$ 10 milhões em 2020 para quase R$ 200 milhões – ultrapassando sozinha, inclusive, a Foxton, voga de masculina do Grupo Soma, que teve receita de R$ 130 milhões no ano pretérito.

A marca foi a que recebeu a maior quantidade de investimentos da AR&Co neste ano, quando chegou a 29 lojas, principalmente no eixo Rio-São Paulo. “Já estamos nos tornando uma marca vernáculo, com expansão para o Nordeste e o Sul”, diz Gabriel Zandomênico, fundador da Oficina e hoje diretor das chamadas marcas “insurgentes” dentro da AR&Co.

No outro extremo, a empresa mantém a aposta na Simples, de voga básica mais alcançável. Se num primeiro momento, havia a expectativa de que a marca pudesse ser descontinuada pós-fusão com o Soma pela sobreposição com a Hering, hoje o entendimento é que há espaço para ambas.

“O mercado endereçável nos produtos mais acessíveis é muito grande”, diz Kameyama. “Entramos com uma ratificação muito grande em multimarcas nascente ano e a Simples está mais que dobrando de tamanho.”

Fusões e aquisições seguem no radar, mas não no limitado prazo.

“Temos capacidades desenvolvidas no grupo que podem ajudar qualquer marca. Dito isso, acho que já temos uma agenda grande do que queremos realizar em 2025. M&As são uma opcionalidade para médio e longo prazos.”

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