
48ª Mostra Internacional de Cinema de SP termina com discurso de Coppola e sessões esgotadas
Documentários sobre as mais diferentes histórias do Brasil e do mundo, ficções que arrancaram lágrimas e gargalhadas do público, um pouco de Cannes, Berlim, Veneza e San Sebastian em sessões disputadas “a tapa”, com filas que viraram quarteirões. A 48ª Mostra Internacional de Cinema de São Paulo promoveu, nos últimos 15 dias, uma experiência de 7ª arte que superou as expectativas dos últimos anos. E se encerrou, na última quarta-feira, 30, com a presença de Francis Ford Coppola.
Entre sessões lotadas de paulistanos plantados em longas filas desde a madrugada e sessões que resistiram à chuva possante da Terreno da Garoa na Cinemateca, o festival levou milhares de pessoas para dentro das principais salas de cinema da capital entre os dias 17 e 30 de outubro. Foram 417 filmes de 82 países, entre eles a Palma e o Urso de ouro, “Anora” e “Dahomey”, e o vencedor brasílico de melhor roteiro em Veneza, “Ainda Estou Cá” — a sessão mais disputada da Mostra.
Na noite da última quarta-feira, 30, para laurear o fecho do festival, a Mostra apresentou os vencedores dos prêmios do Júri, do Público, da Sátira, da Abraccine, da Netflix — dos quais vencedor recebe a distribuição na plataforma de streaming para 190 países —, do Paradiso e da Brada. O Prêmio Leon Cakoff, o maior do festival, foi facultado a Francis Ford Coppola, pela curso e genialidade no cinema. Logo depois o prêmio, o público assistiu a “Megalopolis”, novo filme do diretor que estreia nos cinemas de todo o Brasil nesta quinta-feira, 31.
Entre os brasileiros de ficção de destaque, agraciados com estatuetas, estiveram “Manas”, de Marianna Brennand, que aborda a história das meninas vítimas de exploração sexual na Ilhota do Marajó, e “Ainda Estou Cá”, de Walter Salles, escolha brasileira para tentar a vaga na categoria de Melhor Filme Internacional do Oscar de 2025.
Já para os documentários, o destaque veio para “No Other Land”, do palestino Basel Adra e do jornalista israelense Yuval, sobre a ocupação de Masafer Yatta, envolvente de disputa entre Israel e a Palestina, nos dias atuais. O brasílico “Balomania”, de Sissel Morell Dargis, sobre os baloeiros que enxergam nos balões um sonho coletivo e de salvamento social.
Veja os vencedores dos prêmios da 48ª Mostra Internacional de Cinema de SP
Prêmio do Júri
Os filmes da seção Competição Novos Diretores mais votados pelo público foram submetidos ao Júri, formado nesta edição pela atriz brasileira Camila Pitanga, pelo ator e cineasta português Gonçalo Waddington, pela curadora e produtora Hebe Tabachnik, pelo produtor Kyle Stroud, pelo diretor e noticiarista iraniano Mohsen Makhmalbaf e pelo crítico de cinema galicismo Thierry Meranger.
Os jurados escolheram “Familiar Touch”, de Sarah Friedland, e “Hanami”, de Denise Fernandes, porquê os melhores filmes de ficção. Uma vez que melhor documentário, premiaram “No Other Land”, de Basel Adra, Rachel Szor, Hamdan Ballal e Yuval Abraham, e “Sinfonia da Sobrevivência”, de Michel Coeli. Também concederam o prêmio de melhor direção para Adam Elliot, do filme “Memórias de um Caracol”.
Prêmio do Público
O público da 48ª Mostra escolheu, entre os longas internacionais, “O Caso dos Estrangeiros”, de Brandt Andersen, porquê melhor filme de ficção, e “Balomania”, de Sissel Morell Dargis, porquê melhor documentário. Entre os brasileiros, “Ainda Estou Cá”, de Walter Salles, recebe o prêmio de melhor ficção, e “3 Obás de Xangô”, de Sérgio Machado, o de melhor ficção.
A escolha do público é feita por votação. A cada sessão assistida, o testemunha recebe uma cédula para votar com uma graduação de 1 a 5, entregue sempre ao final do filme. O resultado proporcional dos filmes com maiores pontuações determina os vencedores.
Prêmio da Sátira
A prelo especializada que cobre o evento e tradicionalmente confere o Prêmio da Sátira também participou da premiação elegendo “Manas”, de Marianna Brennand, porquê melhor filme brasílico, e “Levados Pelas Marés”, de Jia Zhangke, porquê o melhor longa entre os estrangeiros.
Prêmio da Abraccine
A Abraccine – Associação Brasileira de Críticos de Cinema também realiza tradicionalmente uma premiação que escolhe o melhor filme brasílico. Neste ano, o eleito foi “Mediação”, de Gustavo Ribeiro
Prêmio Netflix
Pela segunda vez, a Netflix vai entregar um prêmio no festival, que será facultado a um filme brasílico participante da Mostra deste ano que ainda não tenha contrato com um serviço de streaming.
O longa premiado nesta 48ª edição foi “Serra das Almas”, de Lírio Ferreira.
Prêmio Paradiso
O prêmio do Projeto Paradiso Mostra dá espeque à distribuição nos cinemas a um dos filmes da seção Mostra Brasil que recebeu maior votação do público. O aporte serve para complementar a distribuição da obra nas salas de cinema brasileiras e ajudar a sua estreia nas telas nacionais. Neste ano, o Prêmio Paradiso foi facultado ao filme “Malu”, do diretor Pedro Freire.
Prêmio Brada – Prêmio de Melhor Direção de Arte
O Coletivo de Diretoras de Arte do Brasil premia pela terceira vez na Mostra o trabalho de um diretor de arte que tenha se evidenciado no festival. Neste ano, Mathé recebe o prêmio pela Direção de Arte pelo seu trabalho no filme Hanami, de Denise Fernandes.
Repescagem da 48ª Mostra de Cinema de São Paulo
Quem perdeu qualquer filme durante as duas semanas do festival ainda tem chances de revê-lo na “repescagem” da Mostra, que vai desta quinta-feira, 31, ao dia 6 de novembro. A programação pode ser conferida no site solene do evento.