Após reunião de Haddad com Lula, equipe econômica fica à espera de aval para corte de gastos

Em uma semana-chave do governo para sentenciar o tamanho e as medidas que serão incluídas no pacote de incisão de gastos, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva recebeu ontem o ministro da Herdade, Fernando Haddad, para uma reunião de duas horas no Palácio da Alvorada.

O encontro terminou sem falas e com uma foto publicada por Lula nas redes sociais, em um gesto ao ministro, que tem sido fim de críticas de alas do PT e do próprio governo em razão dos esforços para trinchar despesas.

O ministro tem apresentado ao presidente um conjunto de medidas que podem ser propostas pelo governo ao Congresso Vernáculo. Na lista discutida pela equipe econômica estão mudanças no seguro-desemprego e no fundo de financiamento para a ensino básica (Fundeb), por exemplo.

O debate sobre o reajuste real do salário mínimo foi interditado pelo presidente, assim porquê alterações em benefícios permanentes. A equipe econômica trabalha em um pacote de R$ 30 bilhões a R$ 50 bilhões.

Haddad voltou ontem a Brasília depois de passar a semana passada em Washington, nos EUA, e votar domingo em São Paulo. No início de novembro, ele deve fazer uma visitante a países europeus. A viagem deve ocorrer poucos dias antes do G20 no Brasil, que acontece na segunda quinzena de novembro no Rio.

Por isso, esta semana é considerada decisiva. Porquê será preciso sancionar mudanças na legislação, a estratégia foi esperar o segundo vez das eleições municipais para aprofundar as discussões.

Enquanto não anuncia o próximo passo para o incisão estrutural de gastos, o governo alinha o exposição em obséquio das medidas. Ontem, a ministra do Planejamento,
Simone Tebet, defendeu o incisão de políticas públicas ineficientes. Segundo ela, o Brasil está fazendo o obrigação de moradia, mas falta ter a coragem para trinchar porque não existe “social sem fiscal”.

“Não existe social sem fiscal. Os números estão aí para mostrar que tudo que tinha que dar visível deu. Só falta uma coisa: temos que ter a coragem de trinchar aquilo que é ineficiente. Erros, fraudes já foram cortados em 2023 porque eles eram frutos da pandemia. Agora, é hora de rematar com políticas públicas que são ineficientes”, disse a ministra, durante evento da Dependência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex) em São Paulo.

Tebet destacou que a redução de despesas é importante para aumentar o volume de investimentos no Brasil, sobretudo em infraestrutura:

“É preciso investimento privado no Brasil, só investimento público é insuficiente. Entre os países emergentes, nós estamos muito aquém. Só conseguiremos alavancar isso fazendo o obrigação de moradia, porquê estamos fazendo, reservado segurança jurídica, firmeza”.

Segundo a titular da pasta responsável pela revisão de gastos, o incisão das políticas ineficientes não visa somente ao superávit nas contas públicas. Mas trazer maior eficiência ao gasto.

No mesmo evento, o presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, afirmou que o Brasil tem plenas condições de atingir o intensidade de investimento e que o governo precisa trinchar gastos para volver as expectativas pessimistas.

“Nós temos todas as condições de atingir o intensidade de investimento, e o governo tem que trinchar gastos com seletividade, com critério, sem comprometer o desenvolvimento do investimento, mas tem que trinchar e volver a expectativa”, disse Mercadante.

‘Choque fiscal positivo’

No início do mês, a sucursal de classificação de risco Moody’s elevou a nota de crédito do Brasil deixando o país a um passo do chamado intensidade de investimento — quando o país é considerado seguro, com reles risco de calote, o que atrai mais recursos estrangeiros.

O exposição da urgência de retomar esse selo tem sido encampado pela equipe de Haddad para blindar o ajuste e defendê-lo junto a Lula e ao Congresso.

Em evento em Londres, ontem, o presidente do Banco Meão, Roberto Campos Neto, voltou a tutorar um choque fiscal para que o Brasil tenha juros estruturalmente mais baixos.

“Acredito que, se tivermos um choque fiscal muito grande, provavelmente conseguiremos transpor com taxas mais baixas. Porquê esse processo vai ocorrer eu não sei, e seria muito difícil dar um passo a passo do que eu acho que vai ocorrer, mas acho que precisa ser um tanto que produza uma mudança de expectativa grande o suficiente para volver a previsão de inflação e que impactasse a nossa reação de forma positiva”, disse.

O incisão de gastos mira, além de melhorar as contas públicas, prometer que o busto fiscal pare de pé a partir de 2026, quando se calcula que as despesas obrigatórias passarão a consumir uma secção maior do Orçamento.

Encerradas as eleições municipais, o mercado agora aguarda o pacote de incisão de gastos, com detalhes que lhe pareçam factíveis. A suspeição em torno da política fiscal tem sido um dos maiores empecilhos para a Bolsa, os juros e a moeda brasileira.

O voto de crédito do mercado, em privativo para Haddad, limitou ontem estresses na curva de juros, o que ajudou a manter o câmbio estabilizado. A Bolsa fechou em subida de 1,02%. Já o dólar encerrou quase firme, com variação de 0,06%, a R$ 5,70.

Pedro Serra, gerente de Research da Ativa Investimentos, afirmou que, apesar de ainda não se ter um projecto sobre contenção de gastos, as recentes falas do ministro ajudaram a esfriar o sentimento negativo do mercado:

“A expectativa em si de um proclamação de incisão de gastos muda bastante a dinâmica fiscal que vinha sendo vista até agora”, explica.

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