Em novo ataque, Israel bombardeia pela primeira vez centro de Beirute

Israel realizou um ataque leviano com drones perto do interceptação de Kola, no núcleo de Beirute, nas primeiras horas de segunda-feira (domingo no horário de Brasília), marcando a primeira vez que atingiu a capital libanesa fora dos subúrbios do sul desde o início da guerra e da recente escalada contra o grupo xiita Hezbollah.

Fontes iniciais disseram à AFP que duas pessoas foram mortas, ambas do grupo islamista libanês Jamaa Islamiya, que apoiou o Hezbollah em seus ataques ao setentrião de Israel.

O ataque destruiu secção de um prédio de apartamentos e gerou preocupação sobre quais áreas de Beirute ainda eram seguras, já que Israel havia se concentrado em alvos somente nos subúrbios sul até portanto, com foco em redutos do Hezbollah e suas lideranças.

O Jamaa Islamiya é uma partido sunita e sua lado armada, as Forças al-Fajr, tem atacado Israel a partir do Líbano na atual guerra, muitas vezes em colaboração com o Hezbollah.

Outros ataques mais cedo

Mais cedo neste domingo, o tropa israelense havia realizado  bombardeios contra o Hezbollah no Líbano, que deixaram quase 50 mortos, dois dias depois de ter assassinado o líder do movimento islamista libanês, Hassan Nasrallah, junto com dezenas de outros membros do grupo em outro ataque.

Em outra frente, Israel disse ter atingido alvos dos rebeldes huthis no oeste do Iêmen, depois que esses insurgentes pró-Irã reivindicaram o lançamento de um míssil contra o aeroporto de Tel Aviv.

Esses bombardeios resultaram em quatro mortes, segundo meios de informação dos rebeldes iemenitas.

“Nenhum lugar está longe demais” para Israel, advertiu o ministro israelense da Resguardo, Yoav Gallant, depois os bombardeios.

Mantendo a pressão militar contra o Hezbollah, uma formação xiita pró-Irã, o tropa israelense indicou que atingiu 120 alvos no Líbano.

Correspondentes da AFP ouviram uma possante explosão e viram colunas de fumaça surgindo dos subúrbios do sul de Beirute, bastião do Hezbollah, onde Nasrallah morreu em um bombardeio israelense que destruiu edifícios inteiros.

O corpo do líder do movimento libanês “foi encontrado no sábado e foi envolvido em um sudário”, disse uma manadeira próxima à organização, acrescentando que ainda não foi marcada a data do funeral.

No sul do Líbano, 24 pessoas morreram em ataques perto de Sidon, e no leste do país, pelo menos 25 faleceram, segundo o Ministério da Saúde libanês. Nas últimas 48 horas, 14 socorristas morreram em ataques israelenses, de pacto com a mesma manadeira.

“Acertamos nossas contas”

O tropa israelense afirmou ter matado na sexta-feira, junto com Nasrallah, mais de 20 membros do Hezbollah de diversos escalões presentes no quartel-general subterrâneo situado sob prédios civis.

O Irã informou que um importante comandante da Guarda Revolucionária, o tropa ideológico da República Islâmica, também morreu no ataque de sexta-feira. Sua morte “não ficará sem resposta”, advertiram as autoridades iranianas.

O Hezbollah, financiado e armado pelo Irã, foi criado em 1982 durante a guerra social no Líbano, por iniciativa da Guarda Revolucionária do Irã.

A morte de Nasrallah, que era considerado o varão mais poderoso do Líbano, constitui uma grande vitória de Israel frente a seu arqui-inimigo Irã e seus aliados, mas empurra a região para um terreno incógnito.

“Acertamos nossas contas com o responsável pelo homicídio de inúmeros israelenses e muitos cidadãos de outros países”, celebrou o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu.

Nasrallah, de 64 anos, era venerado entre a comunidade xiita no Líbano. Líder do Hezbollah desde 1992, vivia na clandestinidade há anos e raramente aparecia em público.

Seu primo Hashem Safieddine, figura de destaque do poderoso movimento pró-Irã, é considerado seu provável sucessor.

“Até um milhão de pessoas deslocadas”

Apesar dos ataques incessantes de Israel, o Hezbollah continua lançando foguetes contra o território israelense.

Neste domingo, o tropa reportou que murado de oito projéteis disparados do Líbano caíram em áreas desabitadas do setentrião de Israel.

Ao ser questionado sobre as consequências para os civis dos bombardeios israelenses em Gaza e no Líbano, o papa Francisco respondeu: “Um país que utiliza a força para agir dessa maneira, seja qual for, que age de maneira tão excessiva, [se presta a] ações imorais”.

O Irã pediu, por sua vez, uma reunião de urgência do Juízo de Segurança da ONU para evitar “uma guerra totalidade” na região.

O primeiro-ministro libanês, Najib Mikati, indicou que murado de um milhão de pessoas poderiam ter sido deslocadas pelos ataques israelenses no Líbano.

“Pode ser o maior deslocamento populacional da história do Líbano”, declarou.

Segundo a ONU, os bombardeios israelenses obrigaram 50.000 pessoas a fugir do Líbano para a Síria, e mais de 200.000 estão deslocadas dentro do país.

O Programa Mundial de Víveres (PMA) anunciou neste domingo uma operação de emergência para ajudar um milhão de pessoas afetadas pela violência no Líbano.

“Rota totalidade?”

“Se, neste momento, o Hezbollah não responde com seu arsenal de mísseis de precisão de longo alcance, se deduzirá que simplesmente não tem a capacidade”, estimou Heiko Wimmen, técnico do International Crisis Group.

“Ou assistimos a uma reação sem precedentes do Hezbollah […] ou a sua itinerário totalidade”, acrescentou.

O Hezbollah abriu um frente contra Israel em pedestal a seu coligado Hamas na guerra na Tira de Gaza, desencadeada pelo ataque do movimento palestino em solo israelense em 7 de outubro de 2023.

Posteriormente um ano de confrontos transfronteiriços, o tropa lançou há quase uma semana uma campanha de bombardeios maciços contra o Hezbollah no Líbano.

Israel afirma que procura restabelecer a segurança no setentrião do país, mira dos disparos do Hezbollah, e permitir o retorno de dezenas de milhares de habitantes que fugiram de suas casas.

Com AFP e Dependência O Mundo.

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