Turistas elevam para R$ 2 bi projeção de impacto econômico com F1 no Brasil
A expectativa com o impacto econômico com a realização do Grande Prêmio de Fórmula 1 em São Paulo, entre os dias 1 e 3 de novembro, é a mais subida dos últimos anos, com projeção de chegar aos R$ 2 bilhões, de convénio com dados da Prefeitura de SP. Em relação a 2019, antes da pandemia pela covid-19, o aumento seria de 60%. No ano pretérito, o impacto econômico foi de R$ 1,6 bilhão.
De convénio com a organização do evento, o desenvolvimento financeiro se deve diretamente ao gasto feito por turistas na cidade durante os dias de evento, com uma média de R$ 4.689,00, entre três e quatro dias hospedados na capital. Na edição realizada em 2023, o GP de Interlagos registrou recorde de público, com 267 milénio pessoas presentes.
“Há uma estimativa de que o turismo esportivo global deve movimentar 1,8 trilhão de dólares até 2030. Na prática, a gente tem percebido um aumento pelas demandas de pacotes de viagem para diversos eventos ligados ao esporte. É nítido que o mercado vive um momento de desenvolvimento, com uma procura cada vez maior dos fãs por experiências únicas, marcantes, e de elevado padrão”, afirma Joaquim Lo Prete, country manager da Absolut Sport no Brasil, filial multinacional que comercializa pacotes de viagem para o GP de São Paulo.
Uma referência também está relacionada à NFL, que recebeu em setembro deste ano o primeiro jogo solene da competição, entre Philadelphia Eagles e Green Bay Packers, durante o mês setembro, na Neo Química Estádio. Segundo dados da Prefeitura de São Paulo, o faturamento com a partida foi de R$ 337,7 milhões, superando a expectativa inicial, que era de R$ 327,4 milhões. Os números, por exemplo, foram maiores do que na Cidade do México, que tradicionalmente recebe esses jogos desde 2016 e tem movimentado, anualmente, R$ 246 milhões. A projeção extraoficial para 2025, caso se confirme o retorno, é de quase meio bilhão em receitas.
“É muito interessante ver o crescente impacto econômico que o GP de São Paulo vem tendo sobre a economia da cidade. A estimativa na lar dos bilhões de reais reflete o valor que levante evento proporciona, não só para os amantes da Fórmula 1, mas para toda a calabouço de turismo e negócios de São Paulo. É uma atração que extrapola os limites do esporte e gera um legado positivo para diversos setores da capital paulista”, complementa Lo Prete.
Não à toa, todos os 47 milénio ingressos colocados à venda, incluindo camarotes de luxo, que variavam entre R$ 5 milénio a R$ 30 milénio, se esgotaram em poucos minutos, com 1/3 de estrangeiros presentes no evento.
“Foi uma oportunidade incrível poder racontar com um evento tão grande quanto a NFL em nossos espaços, além de ter sido uma oportunidade óptimo do ponto de vista financeiro. O jogo da NFL no Brasil provou ser um resultado mais rentável que final da Libertadores. Por isso, fizemos o nosso melhor para oferecer experiências únicas ao público”, comenta Léo Rizzo, CEO da Soccer Hospitality, que no jogo contou com o Torrinha FielZone, que contou com espaços premium no jogo da NFL, com jacuzzi, cardápio peculiar de chefs com estrela Michelin e show restrito.
A atual temporada da F1, que começou em março deste ano, segue com expectativa de audiência elevada e diversificação do público, seguindo uma tendência que já vem acontecendo nos últimos três anos. De convénio com especialistas em gestão e marketing esportivo, fruto do chegada da rede social Tik Tok, bastante explorada pela Liberty Media, proprietária da F1, e da série Drive To Survive, produzida pelo Netflix e que chegou a sua sexta edição em fevereiro deste ano.
Números divulgados pela Liberty Media, no final de 2023, indicaram que a média de idade de quem acompanha a modalidade caiu de 36 anos para 32 anos. Já aqueles que acompanham presencialmente às corridas também ficaram mais jovens, com desenvolvimento de 21% dos fãs de até 25 anos, nos anos de 2021 e 2022. Levando em contas as transmissões esportivas, a audiência teve um desenvolvimento de 44% entre os torcedores de até 35 anos, levando em conta os últimos cinco anos (2018 a 2022).
“A crescente digitalização dos meios de informação fez com que diferentes tipos de públicos passassem a ver a modalidade de outra maneira, influenciados, e muito, pelos perfis que surgiram em redes sociais, principalmente o Tik Tok e a série Drive to Survive. Era o impulso que faltava para a modalidade despertar entre o público feminino e também os mais jovens, e isso é constatado por meio de pesquisas. A F1 se modernizou, e ficou evidente que os conteúdos, da forma uma vez que eles são mostrados, principalmente com bastidores e novas experiências com público, são fundamentais para essa escalada de audiências e novas receitas”, observa Joaquim Lo Prete.