Carrefour: “Mercado questionou parcelamento no Atacadão, mas vendas e lucro deram a resposta”

A decisão do Carrefour Brasil de parcelar as compras no cartão de crédito na operação do Atacadão deixou muita gente com uma pulga detrás da ouvido. Agora, com os números do terceiro trimestre, o comando da varejista fomentar quer mostrar que acertou a cartada com a estratégia.

No terceiro trimestre, a companhia reportou um lucro líquido de R$ 419 milhões, 94% mais do que um ano antes e bastante supra do consenso de mercado, que girava em torno de R$ 160 milhões. 

Fomos questionados, mas estamos entregando mais que o duplo de lucro que esperavam, estamos descolando do mercado em vendas e das expectativas de lucro. Os números comprovaram nossa tese”, diz o CFO, Eric Alencar.

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As vendas totais cresceram 5%, para R$ 29,5 bilhões, conforme previamente divulgado pela companhia — números que animaram os investidores no pregão seguinte à divulgação. A receita cresceu 5,1%, para R$ 28,36 bilhões, incluindo a operação do banco.

As vendas parceladas no Atacadão, a bandeira de atacarejo do grupo e 72% das vendas totais, faz secção de um posicionamento mais invasivo do Carrefour, que também já tinha adotado preços de atacarejo nas redes de varejo.

No Atacadão, as vendas comparáveis cresceram 5,6%, o que deve superar os indicadores dos principais concorrentes, porquê as operações dos grupos Assaí e Mateus. A margem Ebitda o negócio, porém, veio um pouco mais baixa, devido às conversões, em que as lojas incluem mais serviços, porquê panificação, talho e frios, o que pressiona a traço de despesas no primeiro momento.

O envolvente inflacionário também conteve vendas em julho e agosto, empurrando grande secção do consumo, em privativo do cliente B2B para setembro.

Esse incidente somado ao parcelamento das compras pelos clientes, diz Alencar, ajuda a explicar um impacto maior no capital de giro e no contas a receber, que levaram a companhia a uma dívida líquida de R$ 17 bilhões no período.

“Desde o princípio prevíamos R$ 1 bilhão em recebíveis por essa prática [parcelamento] e, rapidamente, chegaríamos a firmeza desse valor”, afirma Alencar. Houve aumento pontual em setembro porque as vendas foram “muito fortes”, fazendo com que o valor a receber fosse jogado para outubro. “Tudo vai ser recebido no quarto trimestre e, portanto, se normaliza.”

No varejo, em que a bandeira Carrefour concentra maior secção da operação, as vendas cresceram 7,1%, demonstrando um momento positivo depois a implementação dos ajustes no portfólio e a revisão da estratégia de preços, destaca Stephan Maquaire, CEO do Carrefour.

A política de preços de atacarejo para vendas em maiores quantidades fez a concorrência se movimentar, segundo o executivo, mas num movimento mais promocional. “Tivemos uma aceleração de promoções da concorrência, mais do que dos preços”.

De negócio com os dois executivos, mesmo com a redução de preços, a operação de varejo conseguiu ser mais eficiente, permitindo aumentar a margem Ebitda em 1 ponto percentual para 2,7%.

Outro destaque do trimestre foi o Sam’s Club, com o período sendo o de maior introdução de lojas. A período de inaugurações faz com que as margens sejam pressionadas, com a maior participação de produtos de marca própria e importados. O npumero de clientes ativos cresceu 22%.

O prolongamento de membros do Sam’s Club também ajudou no faturamento do Banco Carrefour. No negócio financeiro, a política mais conservadora manteve a inadimplência em níveis mais baixos. No entanto, a novidade regulação que limita o teto de juros levou a operação do banco a reduzir a margem bruta do consolidado do grupo. O lucro líquido da repartição foi de R$ 116 milhões, 8,7% menor do que um ano antes.

Ativo imobiliário pode ser ‘game changer’

Neste mês a companhia anunciou a venda de 15 lojas da rede Atacadão por R$ 725 milhões, no protótipo sale and leaseback (em que a companhia vira locatária em contratos de longo prazo).

Com umcap rate de 8%, o negócio foi muito muito recebido pelo mercado e se mostrou uma utensílio potente para a redução da alavancagem da companhia, hoje em 2,6x.

“Operação mostra a força do portfólio de ativos. Mesmo sendo enorme, ela só vale 5% dos nossos ativos. Se quisermos, podemos, fazer mais 20 operações do tipo”, diz Alencar. Mas, mesmo que sempre em avaliação pelo comando, outra operação do tipo só deve intercorrer em 2025. O foco agora, diz o CFO, é concluir a venda, que depende de aprovação do Cade.

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