Polícia Civil conclui investigação sobre morte de Dayara Talissa

A Polícia Social de Goiás concluiu na terça-feira (31/07) o sindicância policial sobre o feminicídio de Dayara Talissa Fernandes da Cruz, jovem de 21 anos do qual corpo foi encontrado em estado avançado de desagregação em uma rancho na cidade de Orizona. A identificação do corpo, realizada através de exames de DNA e estudo da ossada, confirmou a identidade da vítima. Dayara estava desaparecida desde o dia 25 de março.

A investigação revelou uma série de contradições e elementos que levaram ao indiciamento de três pessoas: o companheiro de Dayara, um funcionário da rancho e uma mulher de 40 anos. Segundo o solicitador Kennet Roble, responsável pelo caso, o sindicância foi instaurado a partir do registro de ocorrência feito pelo próprio companheiro da vítima, 15 dias em seguida o desaparecimento. “Foi instaurado o sindicância a partir do registro de ocorrência pelo próprio investigado, 15 dias em seguida o desaparecimento. Em razão das diversas contradições que ele apresentou, instauramos o IP”, explicou o solicitador.

No início da investigação, foram ouvidos quatro homens que estavam na rancho no dia do desaparecimento da vítima, incluindo três funcionários. Todos eles apresentaram contradições em seus depoimentos, o que levou a polícia a tratá-los porquê suspeitos. Em contato com a família da vítima, a polícia foi informada que a jovem havia enviado uma mensagem no dia 11 de março dizendo que estava em Itumbiara, Goiás, e enviou uma localização. No entanto, a estudo da escrita das mensagens revelou que a forma de ortografar havia mudado repentinamente, o que indicou que alguém estava se passando por ela. “Constatamos que Dayara mudou a forma de ortografar de forma repentina. Assim, havia fortes indícios de que foi o investigado que se passou por ela”, afirmou o solicitador Roble.

O telefone foi posteriormente encontrado descartado em um ribeiro em Itumbiara. A polícia realizou diligências e verificou que dois dos investigados, seu companheiro e um funcionário de 19 anos, estavam em Itumbiara na manhã do desaparecimento, embora tivessem afirmado estar em Orizona. Diante das suspeitas, foi solicitada a prisão dos envolvidos.

Em seguida a prisão, foi revelado que o companheiro de Dayara manuseou uma máquina na rancho no dia 10 de março, em seguida a morte dela. As buscas na rancho, que possui 112 alqueires, localizaram o corpo enterrado a aproximadamente cinco metros de profundidade. “Realizamos buscas pelo lugar em que ele operou a máquina e localizamos o sucumbido enterrado a aproximadamente cinco metros”, detalhou Roble. O investigado confessou a ocultação do sucumbido e a fraude processual. O funcionário de 19 anos também confessou seu envolvimento.

Os outros funcionários da rancho, inicialmente suspeitos, foram considerados inocentes e seus nomes foram solicitados para arquivamento. A mulher de 40 anos foi indiciada por utilizar o telefone de Dayara por tapume de 10 dias e depois descartá-lo no mesmo lugar onde a localização havia sido enviada.

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