
Secretário aponta falta de recursos para manter saúde de Goiânia
O secretário de Saúde de Goiânia, Wilson Pollara, afirmou nesta quarta-feira (30/10) que a prefeitura equacionou, parcialmente, o pagamento de dívidas com prestadores de serviços e atendimento nas maternidades públicas da capital. Há muro de um mês o sistema municipal de saúde enfrenta problemas, mormente com as maternidades, que têm mais de R$ 80 milhões para receber de repasses do município, o que levou à suspensão de atendimentos e ao risco de colapso nos serviços.
“O duelo que temos hoje é um duelo orçamentário, porque a prefeitura é obrigada a remunerar 15% da arrecadação em saúde. Hoje, só a folha de pagamento consome 17%. Portanto, só ao remunerar os funcionários, você já não tem mais zero para impor na saúde. O prefeito, o governo, faz um esforço e hoje nós estamos chegando a 24% [percentual da arrecadação aplicado na saúde]”, disse Pollara, durante prestação de contas em audiência pública na Percentagem de Saúde da Câmra Municipal.
O secretário afirmou que os 24% da arrecadação talhado pela prefeitura de Goiânia é uma das maiores aplicações que existe entre os municípios brasileiros, mas, mesmo assim, “os compromissos assumidos pela prefeitura no pretérito foram se tornando muito difíceis de serem cumpridos, principalmente os pagamentos de mais de uma tábua SUS para os prestadores”.
Ele cita uma vez que exemplo, os gastos para manter as três maternidades públicas.
“Na Maternidade Dona Iris nós temos mais da metade dos partos são para outros municípios e as três juntas dão mais de R$ 250 milhões/ano. Portanto, isso realmente transforma, a gente tem uma dificuldade muito grande, já que o que nós recebemos do SUS é só suficiente para remunerar uma vez a tábua SUS e os prestadores, os principais prestadores, uma vez que Santa Moradia, Araújo e Jorge, esses estão praticamente, a segmento SUS, a segmento que vem do governo federalista, está praticamente em dia”, explicou.
“O grande problema é o que a gente labareda de administrativo, que a prefeitura tem que remunerar além da tábua SUS”, acrescentou Wilson Pallara.
Questionado sobre as causas dessa dificuldade da prefeitura para fazer os pagamentos de todos os serviços de saúde, o secretário disse que são vários fatores, uma vez que incremento da folha de pagamento da saúde, seja por incremento instintivo, aumento de salário e outras vantagens dos servidores.
“Portanto, tinha uma era que provavelmente, não só o que se pagava era menos, uma vez que a folha era menor. O que foi acontecendo foi que o que se paga hoje é maior, porque nós tivemos um aumento de população, envelhecimento da população, maior gasto e a folha também aumentou”, pontuou.
Esse “desbalanço”, segundo Pollara, deverá ser dirigido pelo próximo prefeito, que assume em janeiro.
“O próximo prefeito vai ter que fazer um reestudo dos contratos para ver o que seria provável realmente satisfazer com recursos que nós temos hoje em dia”, ponderou.
Maternidades retomam atendimentos eletivos
Sobre o pagamento de mais de R$ 80 milhões de repasses atrasados para a Instauração de Escora ao Hospital das Clínicas da Universidade Federalista de Goiás (Fundahc/UFG), responsável pela gestão das maternidades municipais Dona Iris, Nascer Cidadão e Célia Câmara, o secretário de Saúde explicou que os repasses voltaram a ser feitos e os atendimentos eletivos (que não se enquadram uma vez que urgências e emergências, que estavam suspensos) serão retomados gradualmente a partir de agora.
Ele disse que o prefeito liberou R$ 10 milhões a mais e existe um sequestro na contada prefeitura, por ação do Ministério Público, que destinou um totalidade em torno de R$ 14 milhões.
“Isso deu um consolação que deu a retomada [dos atendimentos eletivos]. Portanto eles receberam R$ 14 milhões semana passada. Agora, semana que vem recebem mais R$ 12 milhões e no início de dezembro mais R$ 10 milhões”, acrescentou Wilson Pollara.

Presidente da Percentagem de Saúde da Câmara Municipal, a vereadora Kátia Maria (PT) avalia a situação da saúde em Goiânia uma vez que “gravíssima”, segundo ela, por ineficiência de gestão, que não consegue, por exemplo, habilitar CAPs para receber recursos disponíveis do Governo federalista.
“Há precariedade no atendimento, nos nossos Cais, nas UPAs. Várias vezes conversamos com o secretário e, agora, por último, fizemos um relatório e encaminhamos ao Ministério Público, porque não tem exigência de trabalho para que os profissionais atendam a população com a qualidade que a população merece”, afirmou, depois a audiência.